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Ucrânia alerta: “Rússia vai bombardear grandes cidades hoje”

Grandes cidades seriam alvejadas massivamente durante a noite. A investida consiste em mais uma tentativa da Rússia de tomar o poder

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Russia ataca ucrania
1 de 1 Russia ataca ucrania - Foto: tate Emergency Service of Ukraine/Handout/Anadolu Agency via Getty Images

A Ucrânia denunciou que o Exército russo tem planos de executar um múltiplo bombardeio em grandes cidades na noite desta sexta-feira (4/3). Os negociadores que tentam chegar a um acordo de cessar-fogo admitiram que é difícil estabelecer, por parte da Rússia, uma pausa nos ataques.

Os representantes, na manhã desta sexta, emitiram pronunciamento categórico: “Rússia vai bombardear grandes cidades hoje”. Autoridades de ambos os países farão uma terceira reunião nesta tarde, em mais uma tentativa de pactuar o cessar-fogo.

Outra interlocutora acrescentou: “As pessoas vão continuar a morrer, inclusive crianças. Isso não pode continuar”.

Os negociadores ressaltam que os russos estão devastando todas as cidades do país e que isso “já seria uma terceira guerra mundial”.

Segundo os ucranianos, a tática russa consiste em sitiar as cidades, executar bombardeios massivos e cercar as regiões tomadas, para impedir o reabastecimento com comida e remédios. “A Rússia está guerreando contra a população civil”, alertaram.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Os russos já sitiaram 26 cidades, incluindo a capital Kiev, coração do governo ucraniano. Na noite de quinta-feira (3/3), a maior usina nuclear da Europa acabou incendiada após um bombardeio.

O local das reuniões de negociação, a fronteira de Belarus, país acusado de participar da guerra facilitando a invasão, foi alvo de críticas.

Para os negociadores, o presidente russo, Vladimir Putin, subestimou a resistência do mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky. “Enfrentaram uma resistência maior do que imaginavam. Eles achavam que a gente não iria resistir nem por três dias”, ponderaram.

Para se chegar um acordo de paz, mesmo que temporário, os representantes ucranianos pediram intervenção internacional nas negociações.

“Todas as regiões estão precisando de cessar-fogo. Precisamos de intermediários internacionais. Não confiamos neles. Não confiamos nos russos”, salientaram.

Corredor de fuga

Na quinta, Rússia e Ucrânia concordaram em criar “corredores verdes”, que são rotas de fuga onde as tropas não bombardeiam. Esse é um tipo de ajuda humanitária.

Segundo os negociadores ucranianos, a logística para a fuga, distribuição de alimentos e remédios ainda está sendo organizada.

“Grupo de trabalho para criar a logística. Estamos discutido tecnicamente como vamos tirar as pessoas e fornecer alimentos. Como vamos fazer Mariupol evacuar 200 mil pessoas. É um problema gigante”, explicaram.

Apesar do avanço tímido, os representantes ucranianos defendem um cessar-fogo imediato. “Queremos evitar mais mortes”, concluíram.

Mapa regiões atacadas Ucrânia
Mapa ilustra os locais onde o país foi atacado

Antes das declarações, o Putin pediu aos países vizinhos que não apliquem sanções econômicas à Rússia. Segundo suas próprias palavras, o mandatário diz que não possui “má intenção” em relação a outras nações. O discurso foi transmitido pela TV estatal da Rússia.

“Não há má intenção em relação a nossos vizinhos. E eu os aconselho a não piorar a situação, não adotar nenhuma restrição. Nós cumprimos todas nossas obrigações e continuaremos a cumpri-las”, ressaltou.

Putin afirmou, ainda, que suas ações são apenas uma reação a atitudes “não amigáveis” de outras nações: “Nós não vemos nenhuma necessidade em piorar nossa relação. Todas nossas ações, se elas surgem, são exclusivamente em resposta a alguma ação não amigável, ações contra a Federação Russa”.

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