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Ucrânia: acordo de cessar-fogo fracassa e retirada de civis é suspensa

Rússia havia informado neste domingo (6/3) que permitiria a reabertura de corredores humanitários na Ucrânia

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Vista de um assentamento civil danificado após um recente bombardeio em Yasinovataya e Hirlovka, controladas pelos separatistas russos na Ucrânia - Metrópoles
1 de 1 Vista de um assentamento civil danificado após um recente bombardeio em Yasinovataya e Hirlovka, controladas pelos separatistas russos na Ucrânia - Metrópoles - Foto: Stringer/Anadolu Agency via Getty Images

Apesar de a Rússia ter divulgado que permitiria a abertura de corredores humanitários neste domingo (6/3), para a retirada de civis da Ucrânia, a tentativa de resgate foi suspensa mais uma vez na cidade de Mariupol.

A Guarda Nacional Ucraniana informou, segundo o jornal Pravda, que novos bombardeios foram realizados, o que impediu a retirada de civis da zona de conflito.

Os separatistas, no entanto, acusam a Ucrânia de não respeitar o cessar-fogo entre os dois países.

O anúncio russo havia sido feito após tentativa de cessar-fogo parcial que não deu certo, nesse sábado (5/3). Na ocasião, a medida foi interrompida porque a Rússia não teria cumprido o acordo, segundo acusou a Ucrânia.

Esses corredores, segundo especialistas, são fundamentais para permitir a entrada de ajuda e a saída de civis das áreas em que os ataques russos são mais intensos, como as cidades ucranianas de Mariupol e Volnovakha.

Para se ter uma noção, Mariupol vem sendo bombardeada há quase uma semana. Além disso, o município está sem energia elétrica e abastecimento de água.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Nova tentativa

De acordo com a Câmara Municipal de Mariupol, uma nova tentativa seria feita para retirar civis neste domingo. A cidade portuária tem sido alvo de frequentes bombardeios e ataques russos, que deixaram a população sem água e luz e com mantimentos cada vez mais escassos.

A partir do meio-dia no horário local (7h no horário de Brasília), seria possível embarcar civis em três transportes municipais. Os moradores também poderiam seguir em veículos privados.

“Pedimos a todos os motoristas que saem da cidade que facilitem ao máximo a evacuação de civis — leve as pessoas com você, encha o transporte o máximo possível”, pediu a Câmara Municipal, em pronunciamento.

O percurso seria acompanhado por voluntários da Cruz Vermelha. O caminho percorrido passa por Portovskoye, Mangush, Rozovka, Bilmak, Pologi, Orekhov e chega a Zaporozhye, cidade que abriga a maior usina nuclear da Europa.

As autoridades de Mariupol reforçaram também que é estritamente proibido desviar-se da rota proposta para o corredor humanitário, por questão de segurança.

O regime de silêncio das tropas russas, em tese, será adotado até as 21h do horário local (16h em Brasília).

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