Ucrânia aceita se encontrar com os russos e negociar
Encontro, que deve ocorrer na fronteira da Ucrânia com Belarus, é o primeiro movimento para tentar dar fim ao conflito na Europa
atualizado
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo (27/2) que vai enviar uma delegação do país para negociar com os russos. Segundo ele, não haverá “pré-condições”. O acordo entre os países é o primeiro movimento para dar fim ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
De acordo com a agência de notícias RT, ligada ao governo russo, os ucranianos haviam aceitado negociar com a Rússia. O diálogo deve ocorrer na fronteira da Ucrânia com Belarus.
Mais cedo, neste domingo, o governo russo disse que enviou uma comitiva a Gomel, na Belarus, para negociar. Os ucranianos recusaram o encontro, alegando que o país não é neutro – tropas russas partiram de Belarus para invadir a Ucrânia.
O líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, porém, entrou em contato com Zelensky, que concordou em mandar representantes ucranianos para falar com os russos.
“Nós aceitamos que a delegação ucraniana vai se encontrar com a delegação da Rússia sem pré-condições na fronteira entre a Ucrânia e a Belarus, perto do rio Pripyat”, disse o presidente da Ucrânia.
Conflito entre países
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Com autorização do presidente Vladimir Putin, tropas russas iniciaram, na madrugada de quinta-feira (24/2), uma ampla operação militar para invadir a Ucrânia. Em pronunciamento, ele fez ameaças e disse que quem tentar interferir no conflito sofrerá consequências nunca vistas na história.
Já são quatro dias de luta armada. Ao menos 198 pessoas morreram nos confrontos, segundo o governo ucraniano. Outras 1.115 ficaram feridas. O governo ucraniano afirma que 100 mil soldados russos estão no país. Russos sitiaram a a capital Kiev e tentam tomar o poder.
República Tcheca, Polônia, França, Estados Unidos, Holanda, Alemanha e Bélgica anunciaram o envio de ajuda estrutural de armas e dinheiro, apesar de não ordenarem apoio militar para os confrontos.
Antes o que ficava em discursos político-diplomáticos e bombardeios em campos de batalhas, passou a afetar hospitais, orfanatos, prédios residenciais, além de escolas e creches.