Turquia vai às urnas e pode encerrar hegemonia de Erdogan
Na Turquia, Kemal Kiliçdaroglu, líder da oposição, empata com atual presidente na última pesquisa de intenção de voto
atualizado
Compartilhar notícia
A Turquia vai às urnas neste domingo (14/5), em um pleito que pode encerrar duas décadas de mandato do presidente Recep Tayyip Erdogan (foto em destaque). Kemal Kiliçdaroglu, do Partido Republicano do Povo (CHP), tornou-se a principal ameaça ao atual presidente.
Em pesquisa divulgada nesta sábado (13/5), um dia antes do pleito, os dois aparecem empatados tecnicamente na disputa eleitoral. Caso vença, o social-democrata de esquerda Kiliçdaroglu será o 13º presidente da República da Turquia, que completa 100 anos em 2023.
Erdogan venceu cinco eleições parlamentares, duas presidenciais e três referendos, antes do sistema parlamentarista ser substituído pelo presidencialista, em 2017.
As eleições são vistas com atenção especial na Europa e nos Estados Unidos por se tratar de uma potência. Afinal, a Turquia possui o segundo maior exército da Otan.
O vencedor da disputa presidencial terá de definir as relações do país com o Ocidente – que enfrentou dificuldades com a gestão de Erdogan. Além de estabelecer o papel da Turquia na guerra entre Ucrânia e Rússia.
O país elege um novo presidente a cada cinco anos, que é responsável pela nomeação e destituição de ministros e funcionários do alto escalão. Neste domingo, mais de 64 milhões de pessoas poderão votar.
Interferência Russa
Dias antes das eleições presidenciais na Turquia, o principal candidato da oposição, Kemal Kiliçdaroglu, acusou a Rússia de interferir no pleito do país, deste domingo (14/5).
“Caros amigos russos, vocês estão por trás das montagens, conspirações, conteúdo deep fake e gravações que foram expostas ontem neste país”, afirmou Kiliçdaroglu nessa quinta-feira (11/5), em publicação no Twitter. “Se você quiser continuar nossa amizade depois de 15 de maio, mantenha suas mãos longe do estado turco. Ainda defendemos a cooperação e a amizade”, acrescentou.
Após a acusação de Kilinçdaroglu, a Rússia negou que esteja interferindo nas eleições da Turquia.
“No geral, estamos muito desapontados com esta afirmação da oposição da Turquia”, disse o porta-voz do Kremlin. Segundo Dmitry Peskov, Kilinçdaroglu afirmou ter provas de que a Rússia estaria interferindo nas eleições turcas, mas que o país liderado por Vladimir Putin está confiante de que o principal opositor de Erdogan não será capaz de apresentá-las “porque, na verdade, [elas] não existem”.