Turquia prende mais de 100 construtores e empreiteiros após terremoto
Suspeita é de que empresas não seguiram padrões criados para construções na Turquia após terremoto semelhante que atingiu o país em 1999
atualizado
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Dias depois do terremoto que destruiu o país e já vitimou mais de 25 mil pessoas, o governo da Turquia começou a responsabilizar construtores e empreiteiros pelo estrago causado. A suspeita é de que uma série de empresas não cumpriu os protocolos exigidos para construções criados depois de um evento semelhante, em 1999.
De acordo com a agência estatal Anadolu, mais de 100 pessoas já foram detidas nas dez províncias turcas atingidas pelos tremores desde segunda-feira (6/2). O Ministério da Justiça determinou que sejam criadas unidades de investigação para os chamados “crimes de terremoto”, como falhas nas construções de casas e prédios que possam ter colaborado para danos maiores durante os terremotos.
O presidente do país, Tayyip Erdogan, admitiu falhas na resposta do governo ao desastre. “Embora tenhamos a maior equipe de busca e resgate do mundo no momento, é uma realidade que as operações não foram tão rápidas quanto queríamos que elas fossem”, afirmou.
O governo do Chipre confirmou que dois construtores de prédios na cidade turca de Adana foram detidos no norte cipriota. Responsáveis por um edifício com 14 andares, os homens fugiram da Turquia logo após os tremores.
O New York Times também confirmou a prisão de Mehmet Yasar Coskun, construtor de um prédio com 12 andares e 250 apartamentos, completamente destruído na província de Hatay. O empresário foi detido no aeroporto de Istambul, prestes a embarcar para o país Montenegro.
Terremoto
O número de mortes provocadas pelo terremoto que atingiu a Turquia e a Síria em 6 de fevereiro já ultrapassa 25 mil. Os registros de óbitos tornam os abalos sísmicos os mais mortais em mais de uma década.
Segundo balanços oficiais divulgados na tarde deste sábado (11/2), a Turquia registrou mais de 21,848 mil mortes em decorrência do terremoto e a Síria, 3,5 mil. Equipes de busca ainda procuram por sobreviventes em meio aos escombros. Milhares, porém, ainda estão desaparecidos.
O terremoto de magnitude 7.8, sucedido por mais de cem tremores secundários no sul da Turquia e no noroeste da Síria, já é o sétimo desastre natural mais mortal deste século. A tragédia supera o terremoto e o tsunami que abalaram o Japão em 2011.
Segundo o governo turco, 67 pessoas foram resgatadas com vida nas últimas 24 horas, 80 mil estão recebendo atendimento hospitalar e mais de 1,5 milhão estão desabrigadas.