Turquia investiga “enforcamento” de boneco de Erdogan na Suécia
Suécia afirma que ato foi idealizado por grupos curdos, em uma tentativa de barrar o ingresso do país na Otan
atualizado
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O Ministério Público da Turquia abriu um inquérito para investigar um protesto realizado em Estocolmo, na Suécia. Na quarta-feira (11/1), um boneco de Recep Tayyip Erdogan, presidente turco, foi pendurado de cabeça para baixo próximo à Prefeitura da capital sueca.
Nas imagens, divulgadas nas redes sociais, um boneco do presidente da Turquia aparece de cabeça para baixo, enquanto um grupo canta a música “Bella Ciao”.
A cena remete à morte do ditador italiano Benito Mussolini, enforcado em 1945. O Comitê Sueco de Solidariedade para Rojava compartilhou o vídeo pela primeira vez no Twitter, e assumiu a autoria da ação.
Historien visar hur diktatorer ofta slutar, så för allas skull Erdogan:
-Ta nu chansen och avgå, så du slipper hamna uppochner på Taksim-torget!Den 21 januari samlas vi Norra Bantorget för demonstration:
-Vi säger nej till Nato! Ingen allians med fascister!#AlliansMotNato211 pic.twitter.com/GG7Hs4t9V5— Rojavakommittéerna (@realrojkom) January 11, 2023
Autoridades suecas acusaram grupos curdos de serem os responsáveis pelo ato, em uma tentativa de barrar o ingresso da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Eu diria que isso é uma sabotagem contra a aplicação sueca na Otan. É perigoso para a segurança sueca agir dessa maneira”, afirmou o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, em entrevista à emissora TV4.
Ingresso da Suécia na Otan
A tensão diplomática entre os dois países cresceu após Erdogan condicionar a entrada da Suécia e da Finlândia à Otan ao combate de grupos considerados terroristas pela Turquia, entre eles organizações curdas que lutam pela independência do território autônomo de Rojava, próximo à fronteira com a Turquia. Vale lembrar que, para ingressar no aliança militar, todos os 30 países membros precisam votar a favor da inclusão de um novo membro.
Após o incidente, Mevlut Cavusoglu, ministro das Relações Exteriores da Turquia, disse considerar o ato como uma ameaça que colocava “minas no caminho da adesão da Suécia à Otan”.
“É decisão da Suécia se quer limpar essas minas ou pisá-las conscientemente”, afirmou o ministro em entrevista à mídia estatal turca.