Turquia investiga 38 por notícias falsas, incluindo dois jornalistas
Promotores abriram inquéritos contra economistas e repórteres da agência Bloomberg por reportagem sobre o setor bancário local
atualizado
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Promotores da Turquia lançaram investigações criminais contra 38 indivíduos, incluindo economistas e dois jornalistas da agência Bloomberg, pela suposta divulgação de notícias falsas e por provocar caos nos mercados financeiros locais. O episódio renova preocupações sobre a liberdade de expressão sob o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan.
Promotores afirmam que uma reportagem da Bloomberg de agosto de 2018, segundo a qual bancos de varejo enfrentavam dificuldades para lidar com a desvalorização da lira turca, havia sido uma tentativa de desestabilizar instituições. Os réus, que foram acusados formalmente, podem pegar até cinco anos de prisão. Os repórteres da agência são Kerim Karakaya e Fercan Yalinkilic. O editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait, condenou o episódio e disse que os jornalistas apenas reportaram de modo justo e preciso as notícias.
Líderes oposicionistas afirmam que a promotoria busca combater a dissensão antes da realização de novo voto na disputa pela prefeitura de Istambul, marcada para 23 de junho. O Partido Justiça e Desenvolvimento, de Erdogan, perdeu a votação de março por margem estreita, o que levou à nova disputa nas urnas, segundo a Dow Jones Newswires.