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Tumulto em Dublin foi motivado por “ódio”, diz premiê

Polícia prendeu 34 pessoas após noite de violência “não vista em décadas” em Dublin, promovida por extremistas de direita

atualizado

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Brian Lawless/picture alliance/empics
Funcionários limpam infraestrutura de transporte que foi incendiada no centro de Dublin
1 de 1 Funcionários limpam infraestrutura de transporte que foi incendiada no centro de Dublin - Foto: Brian Lawless/picture alliance/empics

O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, condenou nesta sexta-feira (24/11) os distúrbios ocorridos na noite anterior em Dublin, descritos pelas autoridades como o pior episódio de violência em décadas no país.

O tumulto ocorreu horas após três crianças terem ficado feridas em um ataque com faca do lado de fora de uma escola na capital irlandesa.

O chefe de polícia, Drew Harris, disse que a motivação do ataque ainda estava sendo investigada, e destacou que houve uma onda de “desinformação” após relatos de que o perpetrador seria um estrangeiro.

Em seguida, um grupo de pessoas, em sua maioria homens usando máscaras, saiu às ruas cantando slogans anti-imigrantes e começou a danificar equipamentos públicos e lojas – segundo a polícia, motivados por extremistas de direita.

O premiê Varadkar afirmou que Dublin havia sofrido dois ataques na quinta-feira: um contra crianças inocentes e o outro contra “nossa sociedade e o Estado de direito”. Ele disse que os “criminosos” envergonharam Dublin, suas famílias e a si mesmos.

Premiê Varadkar disse que pessoas que promoveram tumulto estavam "cheias de ódio"
Premiê Varadkar disse que pessoas que promoveram tumulto estavam “cheias de ódio”

“Eles não fizeram o que fizeram porque queriam proteger o povo irlandês… Eles fizeram isso porque estão cheios de ódio. Eles amam a violência. Amam o caos e adoram causar dor aos outros”, afirmou.

O que aconteceu em Dublin

De acordo com a polícia, um grupo de pessoas tentou invadir a cena do crime do esfaqueamento, “e a partir daí a violência aumentou” por volta das 17h45 no horário local. “No total, temos 34 presos, dos quais 32 comparecerão à Justiça nesta manhã”, disse Harris.

Ele afirmou que cerca de 500 pessoas saquearam lojas, incendiaram veículos e atiraram pedras nas forças de segurança. Cerca de 13 lojas foram “significativamente danificadas ou saqueadas”.

“O que vimos ontem à noite foi um surto extraordinário de violência”, disse ele. “São cenas que não víamos há décadas.”

Qual é o estado das vítimas

Uma menina de 5 anos permanece em estado crítico em um hospital de Dublin após o esfaqueamento ocorrido na quinta-feira (23/11), e uma criança de 6 anos está recebendo tratamento para ferimentos menos graves, de acordo com a polícia. A terceira criança recebeu alta de um hospital na noite de quinta-feira. Uma professora de 30 anos de idade segue internada em estado grave.

O suposto agressor também continua hospitalizado, segundo as autoridades, depois de ter sido imobilizado por testemunhas. As autoridades não divulgaram mais detalhes sobre o homem.

Uma das pessoas que interviu para deter o agressor foi um brasileiro que trabalha fazendo entregas de moto pelo aplicativo Deliveroo. Ele relatou ter pulado de sua moto ao ver o agressor esfaqueando as crianças e o derrubou ao atingi-lo com seu capacete.

*Via Deutsche Welle

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