Túmulos vazios do Vaticano aumentam mistério sobre menina desaparecida
As tumbas foram abertas para tentar encontrar os restos mortais Emanuela Orlandi, filha de um funcionário do Vaticano desaparecida em 1983
atualizado
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Os túmulos de duas princesas alemãs que foram abertos nesta quinta-feira (11/07/2019) em um cemitério na Cidade do Vaticano para se tentar encontrar os restos mortais de Emanuela Orlandi, de 15 anos, filha de um funcionário do Vaticano desaparecida em 1983, estão vazios.
A advogada da família Orlandi, Laura Sgrò, explicou o caso para a imprensa após acompanhar a exumação ordenada pela Procuradoria do Vaticano no chamado “Túmulo do Anjo”, no qual acreditava-se que estava enterrada a princesa Sofia von Hohenlohe, falecida em 1836, e a sepultura ao lado, da princesa Carlota Frederica de Mecklemburgo, que morreu em 1840.
Laura e o irmão da jovem desaparecida, Pietro Orlandi, mostraram surpresa e decepção ao comprovar que os dois túmulos estavam vazios e ninguém, nem mesmo a família das duas princesas, sabe onde estão os corpos.
“Após a abertura das sepulturas não foram encontrados restos humanos ou urnas funerárias”, como também informou o Vaticano.
No túmulo da princesa Sofia von Hohenlohe foi encontrado um espaço subterrâneo de aproximadamente 15 metros quadrados, completamente vazio, assim como no da princesa Carlota Federica de Mecklemburgo.
A família Orlandi pediu que o cemitério fosse investigado depois de receber, no ano passado, uma carta anônima com uma foto do túmulo com a frase: “Procure onde aponta o anjo” e solicitou à Secretaria de Estado do Vaticano que autorizasse sua abertura.
“Estamos todos muito surpresos”, disse a advogada, afirmando que o Vaticano “poderia ter verificado antes se as princesas foram sepultadas nestes túmulos ou se eram apenas monumentos funerários para homenageá-las”.
O irmão de Emanuela afirmou que esperava tudo, menos encontrar as sepulturas vazias, até porque os guardas do cemitério declararam que uma das famílias pedia que colocasse flores e velas de vez em quando em um dos túmulos.
A advogada da família Orlandi informou que agora o Vaticano terá que dar informações sobre o motivo de os jazigos estarem vazios e reiterou seu apelo para que quem souber algo sobre o que aconteceu com Emanuela quebre o silêncio que já dura 36 anos.