Tufão e terremoto deixam mortos e feridos no Japão
Oito milhões de pessoas receberam orientação para abandonar suas casas. Fortes chuvas são esperadas para este domingo
atualizado
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O tufão Hagibis provocou a morte de duas pessoas neste sábado (12/10/2019), no Japão, onde mais de 8 milhões de pessoas receberam orientação do governo japonês para abandonar suas casas diante dos fortes ventos e chuvas torrenciais. Outras 60 pessoas também ficaram feridas. Fortes chuvas são esperadas para este domingo (13/10/2019).
“Um homem de 49 anos foi encontrado morto em uma caminhonete virada. Foi levado a um hospital onde se confirmou seu falecimento”, disse à AFP Hiroki Yashiro, porta-voz do departamento de Bomberos de Ichihara, em Chiba.
Here are scenes of the destruction as Typhoon Hagibis makes landfall in Japan. Read more here: https://t.co/10gwvyEIfi pic.twitter.com/FyUpFew2Ys
— The New York Times (@nytimes) October 12, 2019
Outro homem morreu depois que um deslizamento de terra destruiu duas casas em uma cidade no leste do Japão, com várias pessoas ainda desaparecidas, segundo a rede de televisão estatal NHK.
A agência meteorológica do Japão (JMA) previu rajadas de vento de até 216 km/h para a manhã deste sábado, horas antes de Hagibis chegar ao centro e leste do Japão, incluindo a densamente povoada região de Tóquio. A JMA antecipou “ventos brutais e um mar violento” em muitas regiões do país.
Worst storm in 60 years: Typhoon Hagibis hits Japanhttps://t.co/Lr2PrN0Mrj pic.twitter.com/AyVaqdtsA1
— RT (@RT_com) October 12, 2019
“Pedimos que tomem medidas de precaução para proteger suas vidas e as de suas famílias”, declarou uma fonte da JMA durante uma coletiva de imprensa.
A tempestade, que o governo advertiu ser a mais forte a atingir Tóquio desde 1958, trouxe fortes chuvas em muitas áreas, incluindo a popular cidade turística de Hakone, com 939,5 mm em 24 horas. Também são esperados recordes em outras regiões: 500 mm na área de Tóquio e até 800 mm no centro do país, de acordo com a JMA.
A Agência Meteorológica do Japão emitiu ainda alertas de emergência para fortes chuvas em muitas regiões. Os avisos estão no nível mais alto da escala de cinco etapas da agência. As áreas afetadas são: Prefeitura de Shizuoka, Prefeitura de Kanagawa, Tóquio, Prefeitura de Saitama, Prefeitura de Gunma, Prefeitura de Yamanashi e Prefeitura de Nagano.
TYPHOON DESTRUCTION: Typhoon Hagibis made landfall in Japan on Saturday, bringing with it the heaviest rain and winds in 60 years, and a tornado https://t.co/oDAV8O3h95 pic.twitter.com/SuHBHk9vJb
— CBS News (@CBSNews) October 12, 2019
Terremoto de magnitude 5,7
Um terremoto de magnitude 5,7 na escala Richter também atingiu a cidade de Chiba, no leste do Japão, neste sábado.
O tremor aconteceu às 18h22 (6h22, horário de Brasília), com epicentro no mar, em frente à costa sul de Chiba e a 80 quilômetros de profundidade, e não causou risco de tsunami, segundo a Agência Meteorológica do Japão.
O abalo sísmico foi sentido em várias partes da capital do país, Tóquio, assim como na vizinha Yokohama e também em Atsugi e Shizuoka, que estão em alerta máximo devido às fortes chuvas provocadas pelo tufão Hagibis.
Na cidade de Ichihara, que fica na província de Chiba, os ventos do tufão provocaram a única morte registrada até o momento em função do fenômeno climático.
Além disso, uma pessoa está desaparecida em Shizuoka, onde foi arrastada por um rio, e o número de feridos contabilizado em todo o país – por causa da passagem de Hagibis – é de 36, de acordo com a NHK.
Tufão Faxai
No início de setembro, a região de Tóquio foi atingida pelo poderoso tufão, Faxai, com rajadas superiores a 200 km/h.
Faxai causou pelo menos duas mortes e mais de cem feridos e danificou dezenas de milhares de casas e inúmeras infraestruturas elétricas.
Na prefeitura de Chiba, periferia de Tóquio, quase um milhão de residências ficaram sem energia, e em dezenas de milhares delas, a corrente elétrica só retornou duas semanas depois.
O governo japonês, que foi fortemente criticado por sua administração da crise na passagem do Faxai, disse na sexta-feira, 11, que estava em alerta.
O primeiro-ministro Shinzo Abe ordenou que sejam “tomadas todas as medidas possíveis para garantir a segurança do povo”, segundo o porta-voz do executivo, Yoshihide Suga.
As autoridades temem que tufão gere caos nos transportes, coincidindo com um longo fim de semana no Japão, no qual muitos habitantes planejavam viajar de trem ou avião porque na próxima segunda-feira, 14, é feriado no país.
As duas principais companhias aéreas, JAL e ANA, cancelaram várias centenas de voos regulares neste sábado, principalmente domésticos.
Todos os trens de alta velocidade (Shinkansen) entre Tóquio e Nagoya foram cancelados, e também os que ligam Nagoya e Osaka (oeste).
As fábricas do país também se adaptaram, como a Toyota, que previa o fechamento de três de suas unidades neste sábado, segundo a agência de imprensa Kyodo.
Os dois parques de diversões da Disney em Tóquio também fecharam neste sábado, disse à AFP um porta-voz da empresa que os administra, a Oriental Land.
Os organizadores do Grande Prêmio de Fórmula 1 de Suzuka, perto de Nagoya (centro da cidade), cancelaram todo o programa deste sábado: os treinos livres foram limitados a sexta-feira e os de classificação para domingo de manhã, pouco antes do início da corrida.
Duas partidas da Copa do Mundo de Rúgbi marcadas para este sábado foram canceladas na quinta-feira, 10: França-Inglaterra e Nova Zelândia-Itália, encontros que atrairiam cerca de 115 mil espectadores.