metropoles.com

Trump será primeiro presidente condenado dos EUA. O que muda nos casos

Constituição dos EUA não proíbe que alguém condenado se torne presidente. Agora reeleito, Trump pode ter alguns processos anulados

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Justin Lane / Getty Images
Imagem colorida de Trump em julgamento - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Trump em julgamento - Metrópoles - Foto: Justin Lane / Getty Images

Meses antes de ser reeleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump foi considerado culpado em 34 acusações criminais e enfrenta mais três acusações nos estados da Geórgia, Washington e Flórida. Trump será o primeiro presidente condenado da história dos EUA. Porém, dois dos processos em que ele é réu e uma condenação podem ser arquivados.

O conselheiro especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, disse, nessa quarta-feira (13/11), que planeja encerrar dois dos casos contra Donald Trump e renunciar ao cargo, antes que o republicano tome posse.

A política do Departamento de Justiça proíbe que presidentes em exercício sejam processados. Trump, ainda em campanha, ameaçou demitir Smith “dois segundos” após tomar posse como presidente.

Ano passado, o conselheiro indiciou Trump por conspirar para anular a derrota eleitoral que sofreu em 2020 e para esconder documentos confidenciais. Nenhum dos casos foi a julgamento antes da vitória eleitoral no último 5 de novembro.

Trump tem audiência marcada em Nova York dia 26 de novembro, para buscar a anulação da condenação que o considerou culpado em 34 acusações criminais de falsificação de registros comerciais. Em maio, o republicano foi condenado em crimes relacionados a pagamentos feitos para silenciar a atriz de filmes adultos Stormy Daniels, com quem teria tido um caso. Ele negou qualquer irregularidade.

A defesa alega que o caso incluía evidências que os promotores não poderiam usar, segundo a decisão da Suprema Corte sobre imunidade presidencial.

Diante da eleição de Trump, o juiz responsável pelo caso adiou a decisão relativa à possibilidade da condenação do presidente eleito ser anulada. A defesa de Trump solicita que o caso seja arquivado, mas a promotoria disse que precisa de mais tempo para avaliar os próximos passos diante da vitória do republicano.

O tribunal concedeu a ampliação do prazo em uma semana para a procuradoria dar o seu parecer.

“O povo [representado pela procuradoria] concorda que essas são circunstâncias sem precedentes e que os argumentos levantados pelo advogado de defesa em correspondência ao povo na sexta-feira exigem consideração cuidadosa para garantir que quaisquer etapas futuras neste processo equilibrem adequadamente os interesses conflitantes de um veredito de culpa do júri após o julgamento que tem a presunção de regularidade; e o Gabinete do Presidente”, escreveu o promotor Matthew Colangelo em uma carta ao juiz.

Por que Trump pode assumir a presidência mesmo sendo condenado?

No Brasil, a Lei Complementar nº 135 de 2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa, proíbe qualquer cidadão que tenha sido condenado a disputar um cargo eletivo e, caso a condenação ocorra após a eleição, o mandato é cassado.

Já nos Estados Unidos, a realidade é bem diferente. A Constituição dos EUA não veda candidatos de concorrerem à presidência, mesmo que condenados por um crime. A Carta Magna do país também não impede que o republicano seja presidente mesmo que estivesse preso.

O artigo II da Constituição dos Estados Unidos, o qual determina as atribuições do Poder Executivo do país, diz que para ser candidato no país, o postulante precisa cumprir só três requisitos: nacionalidade, residência e idade. Ou seja, é preciso ter nascido nos EUA, residido no país por pelo menos 14 anos e ter mais de 35 anos.

Há, inclusive, precedente de criminosos concorrendo a uma eleição nos EUA. Em 1920, o candidato do Partido Socialista Eugene V. Debs concorreu à presidência de uma penitenciária federal em Atlanta.

Segundo o Washington Post, Debs concorreu cinco vezes, mas foi em 1912 que atingiu o “auge” na política ao receber quase 1 milhão de votos (901.551).

10 imagens
Trump em julgamento
Donald Trump
Trump chama Obama de "desagradável" em resposta a provocação
Donald Trump
Donald Trump
1 de 10

Trump na porta do tribunal

Steven Hirsch / Getty Images
2 de 10

Trump em julgamento

Justin Lane / Getty Images
3 de 10

Donald Trump

Emily Elconin/Getty Images
4 de 10

Trump chama Obama de "desagradável" em resposta a provocação

Melissa Sue Gerrits/Getty Images
5 de 10

Donald Trump

Joe Raedle/Getty Images
6 de 10

Donald Trump

Stephen Maturen/Getty Images
7 de 10

Ex-presidente Donald Trump foi alvo de ataque armado

Anna Moneymaker/Getty Images
8 de 10

Agentes do serviço secreto no local do comício onde ocorreu o atentato

Jabin Botsford/The Washington Post via Getty Images
9 de 10

O caso é investigado pelo FBI

Jabin Botsford/The Washington Post via Getty Images
10 de 10

Donald Trump

Scott Olson/Getty Images

Processos e condenações de Donald Trump

Trump foi julgado por 12 membros do júri, e o veredito precisava de consenso unânime. O grupo o considerou culpado nas 34 acusações em que respondia sobre o caso envolvendo a ex-atriz pornô Stormy Daniels.

Além das 34 condenações, o republicano é réu em mais três cortes. Porém, o caso julgado em Nova York era o único com chances de ter uma conclusão antes que os eleitores votassem em novembro.

Em Washington, o republicano enfrenta acusações relacionadas às suas ações para permanecer no poder após a eleição de 2016. Porém, a Suprema Corte dos EUA concedeu a Trump imunidade presidencial limitada em relação aos atos realizados quando estava à frente da Casa Branca, anulando a sentença.

Em 28 de agosto, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou mais uma acusação contra Donald Trump por “seus esforços para anular a eleição de 2020”. O procedimento legal mantém as quatro acusações criminais originalmente apresentadas ano passado. Acusação que provavelmente será retirada.

Na Flórida, o ex-presidente enfrenta acusações federais por ter guardado documentos confidenciais depois de deixar a Casa Branca. A juíza Aileen Cannon, nomeada por Trump, adiou o julgamento indefinidamente, pois achou “imprudente e inconsistente com o dever do tribunal de considerar completa e justamente” inúmeras moções pré-julgamento não resolvidas.

Por fim, a outra acusação que Trump enfrenta é relacionada à eleição de 2020 no Condado de Fulton, Geórgia. O julgamento também foi suspenso, após o ex-presidente pedir a remoção da promotora Fani Willis do caso. O Tribunal de Apelações da Geórgia aceitou o recurso, o que permite que a defesa faça interrupções ao julgamento temporariamente.

Mesmo diante de todas as condenações e acusações, o presidente eleito se declara inocente em todos os processos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?