Trump: “Quero economia dos EUA aberta até a Páscoa”
“A cura não pode ser pior que a doença”, voltou a dizer o presidente dos EUA, nesta terça, contrariando orientações de especialistas
atualizado
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu, nesta terça-feira (24/03), que a economia do país esteja aberta novamente até a Páscoa, com a retomada das atividades das empresas fechadas por conta do coronavírus. “Eu acho que é possível, por que não?”, questionou. O feriado religioso será comemorado este ano em 12 de abril, daqui a três semanas.
Em entrevista à Fox News, o republicano argumentou que, embora mais pessoas morram anualmente por gripe e acidentes de carro, a economia não para por conta disso. “A cura não pode ser pior que a doença”, reafirmou, acrescentando que a paralisação pode “destruir o país”.
A declaração foi dada pouco depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) informar que os Estados Unidos têm potencial para se tornarem o novo epicentro da doença. Especialistas são contra apressar o fim das medidas de isolamento, o que poderia frustrar todos os esforços de contenção da propagação do vírus.
“Dei duas semanas. A gente pode se distanciar socialmente e voltar a trabalhar”, afirmou o mandatário americano. Tanto Trump quanto o vice-presidente, Mike Pence, alegaram que a quarentena total nunca foi uma consideração no país. “Eu posso afirmar que em nenhum momento a força-tarefa da Casa Branca levou em consideração este pedido”, informou Pence.
Para Trump, os Estados Unidos “não foram construídos para ficarem parados”. Ele disse que mais pessoas podem morrer se o país entrar em recessão, já que haverá mais suicídios, depressão e problemas entre a população. “Teremos de voltar ao trabalho mais rapidamente do que as pessoas achavam.”
No último sábado (21/03), em coletiva de imprensa, o presidente anunciou uma série de medidas para evitar o contágio da doença. “Vamos formar, com democratas e republicanos, um pacote especial. É a primeira vez que queremos que as pessoas não trabalhem, por causa do isolamento.” Ele havia mencionado que para “derrubar o inimigo”, era necessário o distanciamento social.