Trump não descarta reunião com Maduro e diz desconfiar de Guaidó
Em uma mudança na sua forma de abordar a questão da Venezuela, presidente afirmou que “se perde muito pouco com reuniões”
atualizado
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não descarta fazer uma reunião com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e não confia totalmente no presidente autodeclarado Juan Guaidó, reconhecido por mais de 50 países, incluindo os EUA.
Trump deu as declarações que significam uma mudança total em sua política para a Venezuela ao site Axios. O site publicou trechos da entrevista no domingo (21/06) à noite. “Eu poderia pensar nisso (…) Maduro gostaria de se reunir. E eu nunca me oponho às reuniões”, disse Trump.
“Sempre digo que se perde muito pouco com as reuniões. Mas, até agora, eu as recusei”, acrescentou, referindo-se a uma reunião com Maduro. Apesar do firme apoio que o governo Trump deu a Guaidó, o Axios explicou que, na entrevista, Trump mostrou suas reservas em relação ao interino e a seu desempenho e “indicou que não tem muita confiança” nele.
Presidente do Parlamento venezuelano, Guaidó se proclamou presidente interino da Venezuela em janeiro de 2019 e foi reconhecido como tal por quase 60 países, que consideram o governo de Nicolás Maduro ilegítimo.
“Guaidó foi escolhido. Algumas pessoas gostavam dele, outras, não. Soou bem para mim. Não acho que tenha sido muito significativo de uma maneira ou de outra”, disse Trump.
As declarações de Trump coincidem com a publicação desta semana de um livro de memórias de John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump. Nele, Bolton mencionaria Venezuela e Guaidó. Bolton escreveu que Trump tinha suas dúvidas sobre Guaidó desde o início, pois o considerava “uma criança” na frente de Maduro, cuja imagem era “forte”.
Respondendo a uma pergunta sobre se ele se arrependia da decisão de apoiar Guaidó, como sugere Bolton em seu livro, Trump disse: “Eu poderia ter vivido com e sem Guaidó, mas eu era muito contra o que estava acontecendo na Venezuela”.
Desde janeiro de 2019, os Estados Unidos lideram uma campanha internacional para tirar Maduro do poder. Washington considera fraudulenta sua reeleição em maio de 2018 e atribui a Maduro uma corrupção generalizada no país, além de graves violações dos direitos humanos e o colapso econômico dessa antiga potência do petróleo.
Apesar de uma bateria de sanções, Maduro permanece no poder com o apoio particular da Rússia e da China.