Trump não declarou US$ 250 mil em presentes de governos estrangeiros
Relatório divulgado pelo Partido Democrata ainda aponta que dois presentes dados a Trump por autoridades estrangeiras estão sumidos
atualizado
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Um relatório divulgado nesta sexta-feira (17/3) aponta que US$ 250 mil em itens recebidos de autoridades estrangeiras não foram declarados como presentes do governo durante a gestão do ex-presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump.
A legislação americana estabelece que todos os presentes acima de US$ 415 sejam declarados publicamente, independentemente de seu destino final. Após a declaração, a Casa Branca é responsável por compilar e enviar ao Departamento de Estado americano uma lista de presentes dados por autoridades estrangeiras ao presidente, vice-presidente e suas famílias.
O documento apresentado pelo Partido Democrata lista mais de 100 presentes que não foram documentados adequadamente, entre eles:
- Uma pintura em tamanho real de Donald Trump dada por El Salvador;
- Uma adaga de US$ 24 mil dada pela Arábia Saudita;
- Um vaso de US$ 8.500 dado pela Índia;
- Duas espadas de US$ 8 mil dadas pela Arábia Saudita;
- Um taco de golfe de ouro de US$ 3.755 dado pelo Japão.
A maior parte presentes foram posteriormente entregues ao governo e contabilizados em registros, mas nunca foram divulgados publicamente, conforme é exigido por lei. No entanto, a pintura em tamanho real e os tacos enviados pelo Japão ainda não foram encontrados pelas autoridades americanas.
Com 15 páginas, o relatório é resultado de uma investigação de um ano do Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos.
Alerta
Antes, ou pouco depois de se encerrar um mandato, devem ser enviados ao Departamento de Estado uma lista de presentes que foram recebidos durante o mandato, para comprovar que o governo seguiu o que é estabelecido na legislação americana. Isso não aconteceu na gestão de Donald Trump e acendeu o alerta da oposição, que resolveu investigar o caso.
Membro do Comitê de Supervisão e Responsabilidade, o deputado Jamie Raskin foi o responsável por divulgar o relatório do comitê, que é intitulado “Espadas sauditas, joias indianas e um retrato salvadorenho gigante de Donald Trump: o fracasso do governo Trump em divulgar grandes presentes estrangeiros”.
“Os democratas do comitê estão comprometidos em determinar o paradeiro final desses presentes perdidos e se eles podem ter sido usados para influenciar o presidente em sua conduta da política externa dos EUA”, afirmou o deputado.