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Trump diz que encorajaria Rússia a atacar aliados devedores da Otan

Em comício, Donald Trump, que tenta mais uma vez ser presidente dos EUA, também afirmou que pretende fazer “operação de deportação massiva”

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Donald Trump fala sobre a Otan durante comício na Carolina do Sul (EUA)
1 de 1 Donald Trump fala sobre a Otan durante comício na Carolina do Sul (EUA) - Foto: Win McNamee/Getty Images

Favorito do partido Republicano a concorrer mais uma vez à presidência dos Estados Unidos (EUA), o empresário Donald Trump começa a fazer declarações cada vez mais polêmicas em comícios.

Desta vez, por exemplo, ele afirmou que “encorajaria” a Rússia a atacar qualquer um dos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que ele considere não terem cumprido as obrigações financeiras.

Durante um comício na cidade de Conway, na Carolina do Sul, ele contou que, em uma reunião da Otan, desafiou um outro presidente que teria ameaçou não pagar para a organização.

“Um dos presidentes de um grande país levantou-se e disse: ‘Bem, senhor, se não pagarmos e formos atacados pela Rússia, você nos protegerá?’. Eu disse: ‘ Você não pagou, você é delinquente?'”, lembrou, para delírio dos apoiadores.

“Não, eu não protegeria você. Na verdade, eu os encorajaria [os russos] a fazer o que quisessem. Você tem que pagar. Você tem que pagar suas contas”, continuou.

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Otan é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949, após o final da Segunda Guerra Mundial
Os países signatários do tratado, na época, eram a Bélgica, França, Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino Unido
Quando criada, reunia países ocidentais e capitalistas, liderados no contexto da bipolaridade formada entre os Estados Unidos (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no período da Guerra Fria
A Otan tinha por objetivos impedir o avanço do bloco socialista no continente europeu, fazendo frente à URSS e a seus aliados da Europa Oriental, além de fornecer ajuda mútua a todos os países membros
A aliança era baseada em três pilares: a defesa coletiva dos Estados membros, impedir o revigoramento do militarismo nacionalista na Europa, e encorajar a integração política europeia
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Divulgação/Otan
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Otan é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949, após o final da Segunda Guerra Mundial

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Os países signatários do tratado, na época, eram a Bélgica, França, Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino Unido

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Quando criada, reunia países ocidentais e capitalistas, liderados no contexto da bipolaridade formada entre os Estados Unidos (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no período da Guerra Fria

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A Otan tinha por objetivos impedir o avanço do bloco socialista no continente europeu, fazendo frente à URSS e a seus aliados da Europa Oriental, além de fornecer ajuda mútua a todos os países membros

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A aliança era baseada em três pilares: a defesa coletiva dos Estados membros, impedir o revigoramento do militarismo nacionalista na Europa, e encorajar a integração política europeia

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O período de bipolaridade entre EUA e URSS dividiu o mundo. Os dois países e seus respectivos aliados mantinham-se em alerta para eventuais ataques bélicos

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A Otan investiu em tecnologia de defesa, na produção de armas estratégicas e também espalhou pelas fronteiras soviéticas sistemas de defesa antimísseis

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Na fase final da Guerra Fria, a organização passou a assumir novos papéis. Em 1990, sob ordem do Conselho de Segurança da ONU, a Otan interveio no conflito da ex-Iugoslávia. Foi a primeira vez que agiu em território de um Estado não membro

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Em 2001, a Otan anunciou a aplicação do princípio da segurança coletiva: um ataque feito a um país membro seria um ataque contra todos os demais

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Como os ataques terroristas ocorridos em setembro de 2001 foram considerados atos de guerra pelo governo norte-americano, a cláusula foi acionada. Por esse motivo, a organização participou da invasão ao Afeganistão

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Além de ver o terrorismo como nova ameaça, a Otan colaborou com operações de paz e realizou ajuda humanitária, como aos sobreviventes do furacão Katrina, em 2005

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Soldados da Otan também realizaram operações militares em zonas conflituosas do mundo, como o Bálcãs, o Oriente Médio e o norte da África

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Atualmente, a aliança é composta por 32 países, localizados principalmente na Europa

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Bósnia e Herzegovina, Geórgia e Ucrânia são os três países classificados como “membros aspirantes” à organização. Porém, para a Rússia, a perspectiva da antiga república soviética Ucrânia se juntar à Otan é impensável

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Entenda o caso

Em 2014, os países da Otan concordaram em voltar a gastar mais com a defesa dos aliados. A preocupação vinha da anexação da Crimeia pela Rússia. Com o temor da belicosidade russa, os membros decidiram aplicar 2% dos seus PIBs na defesa até 2024.

O ex-presidente estava de olho e afirmou, ainda durante a sua campanha de 2016, que se fosse eleito cobraria essa promessa. E os EUA poderiam abandonar a Otan se os países não cumprissem.

Veio 2022 e a invasão russa à Ucrânia. E a Otan informou que somente sete dos 31 países membros cumpriam a exigência.

Repercussão das declarações de Trump

Imediatamente após as declarações no comício, a Casa Branca se pronunciou.

“Encorajar invasões dos nossos aliados mais próximos por regimes assassinos é terrível e desequilibrado – e põe em perigo a segurança nacional americana, a estabilidade global e a nossa economia interna”, apontou o porta-voz da presidência, Andrew Bates.

Durante o comício, outra fala polêmica disse respeito à questão da migração na fronteira entre os EUA e o México. Ele prometeu que, se reeleito, faria “uma operação de deportação massiva” logo no primeiro dia.

Apesar de estar forte na corrida pré-eleitoral, o ex-presidente enfrenta mais de 90 acusações criminais.

Basicamente, as acusações falam que ele tentou alterar o resultado da eleição que perdeu, guardou em suas propriedades, ilegalmente, segredos do governo mesmo após sair da Casa Branca, e pagou ilicitamente a uma atriz pornô com quem teve relacionamentos. O republicano se declara inocente.

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