Trump diz que encorajaria Rússia a atacar aliados devedores da Otan
Em comício, Donald Trump, que tenta mais uma vez ser presidente dos EUA, também afirmou que pretende fazer “operação de deportação massiva”
atualizado
Compartilhar notícia
Favorito do partido Republicano a concorrer mais uma vez à presidência dos Estados Unidos (EUA), o empresário Donald Trump começa a fazer declarações cada vez mais polêmicas em comícios.
Desta vez, por exemplo, ele afirmou que “encorajaria” a Rússia a atacar qualquer um dos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que ele considere não terem cumprido as obrigações financeiras.
Durante um comício na cidade de Conway, na Carolina do Sul, ele contou que, em uma reunião da Otan, desafiou um outro presidente que teria ameaçou não pagar para a organização.
“Um dos presidentes de um grande país levantou-se e disse: ‘Bem, senhor, se não pagarmos e formos atacados pela Rússia, você nos protegerá?’. Eu disse: ‘ Você não pagou, você é delinquente?'”, lembrou, para delírio dos apoiadores.
“Não, eu não protegeria você. Na verdade, eu os encorajaria [os russos] a fazer o que quisessem. Você tem que pagar. Você tem que pagar suas contas”, continuou.
Entenda o caso
Em 2014, os países da Otan concordaram em voltar a gastar mais com a defesa dos aliados. A preocupação vinha da anexação da Crimeia pela Rússia. Com o temor da belicosidade russa, os membros decidiram aplicar 2% dos seus PIBs na defesa até 2024.
O ex-presidente estava de olho e afirmou, ainda durante a sua campanha de 2016, que se fosse eleito cobraria essa promessa. E os EUA poderiam abandonar a Otan se os países não cumprissem.
Veio 2022 e a invasão russa à Ucrânia. E a Otan informou que somente sete dos 31 países membros cumpriam a exigência.
Repercussão das declarações de Trump
Imediatamente após as declarações no comício, a Casa Branca se pronunciou.
“Encorajar invasões dos nossos aliados mais próximos por regimes assassinos é terrível e desequilibrado – e põe em perigo a segurança nacional americana, a estabilidade global e a nossa economia interna”, apontou o porta-voz da presidência, Andrew Bates.
Durante o comício, outra fala polêmica disse respeito à questão da migração na fronteira entre os EUA e o México. Ele prometeu que, se reeleito, faria “uma operação de deportação massiva” logo no primeiro dia.
Apesar de estar forte na corrida pré-eleitoral, o ex-presidente enfrenta mais de 90 acusações criminais.
Basicamente, as acusações falam que ele tentou alterar o resultado da eleição que perdeu, guardou em suas propriedades, ilegalmente, segredos do governo mesmo após sair da Casa Branca, e pagou ilicitamente a uma atriz pornô com quem teve relacionamentos. O republicano se declara inocente.