Trump atacou agente que o impediu de ir ao Capitólio, diz ex-assessora
Segundo depoimento de ex-assessora, o ex-presidente dos EUA ainda tentou tomar o volante da limusine para participar do ataque ao Congresso
atualizado
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O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump planejava participar do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 para impedir a vitória de Joe Biden nas eleições de novembro de 2020. A informação é de Cassidy Hutchinson, ex-assessora de Mark Meadows, que foi chefe de gabinete da Casa Branca.
Em depoimento, nesta terça-feira (28/6), à comissão que investiga o ataque ao Congresso dos EUA, Hutchinson afirmou que Trump ficou “irado” e agrediu um agente do serviço secreto ao ser informado que não seria levado ao Capitólio por não ser seguro.
O agente atacado é Robert Engel. Conforme Hutchinson, no trajeto de volta à Casa Branca no dia da invasão Engel afirmou repetidamente ao então presidente que não era seguro ir ao Capitólio.
O ex-presidente teria ficado tão irritado que se lançou para a frente no carro presidencial e tentou virar a direção do volante. “Eu sou a porra do presidente. Leve-me até o Capitólio agora”, teria gritado Trump.
Ainda no testemunho, a ex-assessora confirmou que Trump sabia que os manifestantes estavam armados, mas mesmo assim insistiu para que os deixassem avançar.
Leia a descrição da ex-assessora sobre as ações de Donald Trump:
“Tony [Tony Ornato, então vice-chefe de gabinete da Casa Branca] começou a me dizer que quando o presidente entrou na ‘besta’ [apelido da limusine], ele estava com a impressão do sr. Meadows de que o movimento para o Capitólio ainda era possível e provável de acontecer, mas que Bobby tinha mais informações”.
Como o presidente entrou no veículo com Bobby, ele pensou que eles estavam indo para o Capitólio. E quando Bobby disse a ele que não estavam, que não havia recursos para isso, não era seguro, e que voltariam à ala oeste, o presidente teve uma resposta muito forte e muito raivosa a isso. Tony o descreveu como ‘irado’. O presidente disse algo do tipo ‘eu sou a porra do presidente, me leve para o Capitólio agora’.”
Invasão ao Capitólio
Apoiadores de Trump, que não aceitaram o resultado do pleito de novembro de 2020, invadiram o local em que ocorria a sessão que certificaria Joe Biden como presidente eleito, o Capitólio dos Estados Unidos. Deputados e senadores foram retirados do prédio pouco antes da invasão.
Em mensagem nas redes, o presidente pediu que os seus partidários que protestassem “pacificamente” e que confiassem nas forças de segurança. Entretanto, momentos antes, houve vandalismo e confrontos durante a tentativa de invasão, quando extremistas conseguiram ultrapassar as barreiras de segurança e entrar.
Por causa dos confrontos, a prefeita de Washington, Muriel Bowser, declarou toque de recolher na cidade a partir das 18h locais. A medida vigorou por 12 horas.
O chefe de polícia de Washington DC informou que 52 pessoas foram presas, das quais 47 por desrespeitarem o toque de recolher. Mais de 50 policiais ficaram feridos. Também segundo a polícia, cinco pessoas morreram.
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