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Tropas de Israel se preparam para invasão terrestre ao norte de Gaza

Invasão terrestre do território da Faixa de Gaza por Israel representaria uma escalada no conflito que já soma 3 mil mortos

atualizado

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Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images
Imagem colorida mostra tanques do exército de Israel posicionados em região próxima à Faixa de Gaza - metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra tanques do exército de Israel posicionados em região próxima à Faixa de Gaza - metrópoles - Foto: Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images

As Forças de Segurança de Israel estão de prontidão para invadir por terra a Faixa de Gaza, na madrugada deste sábado (14/10), pelo horário de Brasília. A expectativa de uma incursão de grandes proporções no território palestino cresce em meio ao acirramento do conflito entre israelenses e o grupo radical Hamas.

Nessa sexta, o Exército de Israel anunciou ter iniciado incursões localizadas ao território palestino. De acordo com o jornal Haaretz, as forças de segurança entraram na Faixa de Gaza para recuperar reféns e destruir estruturas do Hamas.

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Equipe forense observa enquanto um contêiner refrigerado contendo os corpos de cidadãos israelenses mortos durante os recentes ataques do Hamas é aberto, durante uma visita às instalações que identificam o falecido em 13 de outubro de 2023 em Ramla
aberta uma vista geral de uma fileira de treze contêineres refrigerados contendo os corpos de cidadãos israelenses mortos durante os recentes ataques do Hamas, durante um passeio pelas instalações que identificam os falecidos em 13 de outubro de 2023 em Ramla, Israel
O exército israelense envia dezenas de tanques e veículos blindados junto com militares para a área da fronteira de Gaza em Sderot, Israel, em 13 de outubro de 2023
Milhares de seguidores do influente clérigo iraquiano Moqtada al-Sadr participam de um comício na Praça Tahrir em uma demonstração de apoio aos palestinos contra os ataques aéreos israelenses retaliatórios na Faixa de Gaza
Palestinos deslocados de suas casas como resultado de ataques israelenses em 13 de outubro de 2023 na Cidade de Gaza

O conflito, que existe há décadas, escalou no último sábado (7/10), quando o grupo radical atacou o território israelense. Desde então, Israel passou a promover uma série de bombardeiros na Faixa de Gaza. O número de mortos de ambos os lados passa de 3 mil.

O Exército de Israel determinou que os civis que vivem na área norte da Faixa de Gaza desocupassem a região em um prazo de 24 horas. A medida, conforme as autoridades israelenses, buscaria garantir a segurança antes da invasão terrestre.

A Organização das Nações Unidas (ONU) reagiu à determinação e disse que seria impossível deslocar 1,1 milhão de pessoas da região sem “consequências humanitárias devastadoras”.

A ONU ainda comunicou que o secretário-geral da organização, António Guterres, está em contato com Israel para tentar reverter “uma tragédia humanitária”. A informação foi repassada pelo porta-voz da instituição, Stéphane Dujarric.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não deu indicação de recuo. Na noite de sexta, em um discurso na televisão, o premiê prometeu destruir o grupo radical e disse que “este é apenas o começo”, referindo-se à contraofensiva ao Hamas.

Deslocamento em massa

As autoridades israelenses consideram que os membros do grupo radical Hamas estariam se escondendo na cidade de Gaza, situada na Faixa de Gaza, dentro de túneis e de edifícios habitados por civis.

“A organização terrorista Hamas travou uma guerra contra o Estado de Israel, e a cidade de Gaza é uma área onde ocorrem operações militares. Essa evacuação é para sua própria segurança”, informava o comunicado das Forças de Segurança de Israel aos moradores do norte de Gaza.

O alerta de Israel levou um grande contingente da palestinos a se deslocar rumo ao sul do território palestino. Famílias inteiras deixaram tudo, com medo de serem vítimas do acirramento do conflito.

Em meio ao termo das consequências que uma grande incursão geraria a Gaza, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu, nessa sexta, para tratar do conflito. No entanto, a reunião terminou sem consenso para um texto final sobre a situação.

Israel em guerra contra o Hamas

O último sábado (7/10) ficou marcado por cenas de terror em várias cidades de Israel. Membros do Hamas invadiram o país, promovendo tiroteios em diversas regiões, além de dispararem mísseis em direção ao país.

No mesmo dia, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lançou a Operação Espadas de Ferro e convocou reservistas do Exército. “Nós estamos em guerra. Vamos lutar com um poder que o inimigo ainda não conhece”, declarou.

No domingo (8/10), o Gabinete de Segurança de Israel declarou estado de guerra. Segundo o governo, o conflito teria sido “imposto a Israel por um ataque terrorista e assassino de Gaza”.

A conflagração da guerra resultou na morte de 3 mil pessoas. Entre as vítimas, há três brasileiros: Ranani Glazer, Bruna Valeanu e Karla Stelzer Mendes. Eles estavam na festa rave em uma área próxima à Faixa de Gaza, onde morreram 260 pessoas.

Brasileiros ainda em Gaza

Desde a última terça-feira (10/10), o governo brasileiro iniciou a retirada de brasileiros de Israel. O Ministério das Relações Exteriores também tenta repatriar 28 brasileiros que estão na Faixa de Gaza. No entanto, as negociações enfrentam dificuldades.

Como mostrou a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, um bombardeio em Gaza fez o Itamaraty adiar para sábado (14/10) a retirada dos brasileiros que estão abrigados numa escola católica na cidade de Gaza.

A maior parte dos brasileiros em Gaza são mulheres e crianças, concentrados nesse colégio, onde receberam suprimentos básicos.

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