Tribunal russo mantém prisão de repórter dos EUA acusado de espionagem
O tribunal negou pedido da defesa para que fosse estipulada fiança de cerca de US$ 614 mil ou que o repórter ficasse em prisão domiciliar
atualizado
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Um tribunal russo decidiu manter preso o repórter do The Wall Street Journal Evan Gershkovich, preso há cerca de três semanas sob acusação de espionagem. A decisão rejeitou pedido da defesa pela liberdade.
O repórter foi preso na cidade de Yekaterinburg, em 30 de março, pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia (FBS). Segundo o órgão, ele teria coletado “dados ultrassecretos sobre a atividade de uma empresa do complexo militar industrial russo”.
A audiência desta terça-feira (18/4) foi a primeira aparição pública do jornalista após ser preso pelas autoridades russas. Os jornalistas que acompanhavam a audiência puderam ver o homem algemado e envolvido por um vidro à prova de balas.
A defesa pedia que Gershkovich fosse colocado em liberdade após o pagamento de uma fiança estimada em cerca de US$ 614 mil ou em prisão domiciliar. A Justiça russa, porém, não concedeu o pedido.
Se julgado culpado pelo crime, ele pode ser condenado a mais de 20 anos de prisão. De acordo com a BBC News, trata-se da primeira vez que Moscou acusa um jornalista americano de espionagem desde o período da União Soviética.
O embaixador dos Estados Unidos na Rússia, Lynne Tracy, afirmou que as acusações contra o jornalista são infundadas e pediram que o país o liberte imediatamente.
Jornal pede soltura
Logo após a prisão, o The Wall Street Journal negou as acusações contra Evan, e pediu sua liberdade imediata. “O Wall Street Journal nega veementemente as alegações do FSB e busca a liberdade imediata de nosso confiável e dedicado repórter”, disse o jornal.
Segundo o jornal norte-americano, “reportar a Rússia tornou-se muito mais difícil” desde que Vladimir Putin iniciou a invasão na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o trabalho do jornalista norte-americano, assim como toda a “mídia estrangeira”, era acompanhando diariamente pelo governo russo.
Após a prisão de Evan, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o trabalho do jornalista norte-americano, assim como toda a “mídia estrangeira”, era acompanhando diariamente pelo governo russo.