Tribunal de Haia é ameaçado após mandado de prisão contra Putin
Dmitry Medvedev, do Conselho de Segurança da Rússia, disse ser “bem possível imaginar” o uso de um míssil direcionado ao Tribunal de Haia
atualizado
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O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, reagiu ao mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Haia contra Vladimir Putin, na última sexta-feira (17/3), e ameaçou a Corte com um possível lançamento de míssil a partir do Mar do Norte.
“Infelizmente, senhores, todos caminham sob Deus e mísseis”, escreveu o ex-presidente da Rússia em sua página no Telegram. “É bem possível imaginar o uso direcionado de um Onyx hipersônico (míssil) de um navio russo no Mar do Norte contra o tribunal de Haia”.
Um dos principais propagadores da política linha dura da Rússia disse que a eficiência do Tribunal de Haia – que desde o início das atividades em 2002 condenou quatro pessoas – é “zero”, e responsabilizou apenas “três dúzias de pessoas desconhecidas”.
“O presidente do Sudão cuspiu nestas acusações [feitas pelo Tribunal de Haia] e, apesar do golpe militar no seu país, não está à disposição da ‘justiça’. O resto nem vale a pena mencionar. Em outras palavras, sua eficiência é zero”, afirmou Medvedev.
A declaração do conselheiro de Putin endossa a reação do Kremlin ao mandado de prisão contra o líder russo por supostos crimes de guerra cometidos na invasão à Ucrânia. Por meio do Ministério das Relações Exteriores, o país afirmou não reconhecer ou fazer parte da jurisdição do Tribunal de Haia, e que por isso o mandado não teria nenhuma validade.
“As decisões do Tribunal Penal Internacional não têm significado para o nosso país, inclusive do ponto de vista jurídico”, escreveu a porta-voz Maria Zakharova, em comunicado divulgado no Telegram.