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Tribunal da ONU determina que Israel interrompa operações em Rafah

Decisão foi tomada após as acusações do governo da África do Sul, que chamou as operações militares de Israel de genocídio

atualizado

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Nikos Oikonomou/Anadolu via Getty Images
Corte Internacional de Justiça, em Haia Brasil
1 de 1 Corte Internacional de Justiça, em Haia Brasil - Foto: Nikos Oikonomou/Anadolu via Getty Images

Os juízes do tribunal mais alto da Organização das Nações Unidas (ONU), a Corte Internacional de Justiça, ordenaram, nesta sexta-feira (24/5), que Israel pare imediatamente todas as operações militares em Rafah, sul da Faixa de Gaza. A corte determinou que Israel permita a entrada de ajuda humanitária através da fronteira entre o sul de Gaza e o Egito.

Os juízes ordenaram que Israel forneça acesso para monitorar a situação e que reporte à corte.

A decisão foi proferida em resposta a um pedido de emergência submetido pelo governo da África do Sul ao tribunal sediado em Haia, na Holanda. O pedido acusa as operações de Israel de genocídio.

Israel negou as acusações, alegando legítima defesa. Apesar da determinação ser obrigatória, a corte não fornece força policial para assegurar que Israel cumpra a decisão.

Segundo o ministro Israelense das Finanças, Bezalel Smotrich,”aqueles que exigem que o Estado de Israel pare a guerra exigem que este [Estado de Israel] decrete que deixe de existir. Não vamos concordar com isso” publicou o ministro nas redes sociais.

Nessa quinta-feira (23/5), o governo israelense havia dito que “nenhum poder na Terra impedirá Israel de proteger seus cidadãos e de perseguir o Hamas em Gaza”. As informações são da Reuters.

Para a organização StandWithUs Brasil, a decisão da Corte Internacional de Justiça não determina, necessariamente, que Israel suspenda por completo atuação em Rafah. Assim, as ações militares nessa parte do enclave palestino poderiam continuar em andamento, desde que não leve à destruição da população civil da região.

“O entendimento da CIJ é apenas de que Israel deve fazer mais do que já tem feito, a fim de preservar a integridade dos civis em Rafah. Cerca de um milhão dos 1.4 milhão de palestinos que se encontravam no local já foram evacuados”, frisou a organização em nota.

Acusações

No início desse mês, Israel realizou uma operação e ordenou que 100 mil pessoas abandonassem Rafah. Cerca de 1,5 milhão de palestinos estão refugiados na cidade e seu arredores, além de abrigos da ONU e acampamentos, por causa da guerra. Segundo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, “Rafah é o último bastião de poder do grupo Hamas”.

A África do Sul acusou Israel de genocídio liderado pelo próprio Estado, contra a população palestina. A corte pediu que Israel evitasse ações graves de genocídio e permitisse a ajuda necessária para Gaza.

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