Tribunal britânico autoriza extradição de Julian Assange para os EUA
Fundador do Wikileaks enfrenta acusações de espionagem nos Estados Unidos, após publicações de dados sobre guerras do Afeganistão e Iraque
atualizado
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Mais um passo para a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos foi dado. O Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres, emitiu uma ordem para extraditar o fundador do WikiLeaks. O secretário do Interior do Reino Unido, Priti Patel, é o responsável por aprovar a ordem.
Nos Estados Unidos, Julian Assange responde por acusações de espionagem, após publicar de documentos vazados sobre guerras do Afeganistão e do Iraque. O australiano, fundador da página WikiLeaks, divulgou, segundo o governo norte-americano, entre os anos de 2010 e 2011, cerca de 250 mil mensagens diplomáticas e mais de 500 mil documentos confidenciais.
Assange está detido na prisão de Belmarsh há três anos, desde que foi levado para fora da embaixada equatoriana em Londres, onde se refugiava. Desde que foi para o Reino Unido, ele tem tentado evitar a extradição. Em janeiro de 2021, um juiz distrital proibiu o movimento, justificando que ele corria risco real de suicídio.
No entanto, os EUA foram autorizados a apelar da decisão e o Supremo Tribunal decidiu a seu favor. No mês passado, a mais alta corte do Reino Unido, a Suprema Corte, confirmou que a equipe de Assange não poderia apelar da decisão de extraditá-lo para os Estados Unidos.
Em dezembro do ano passado, porém, a Justiça do Reino Unido aprovou um pedido de recurso dos Estados Unidos para a extradição de Julian Assange. Alvo de 18 acusações criminais nos EUA, ele pode pegar 175 anos de prisão.
Agora, os advogados de Assange têm quatro semanas para apresentar pedidos a Patel. Também há a possibilidade de recorrerem ao Supremo Tribunal daquele país.