Três integrantes da ONU morrem após ataque no Sudão
Os três eram funcionários do Programa Mundial de Alimentos. ONU suspendeu atuação no Sudão após ataque
atualizado
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Três membros do Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) morreram durante cenário de guerra enfrentado no Sudão. O exército do país localizado na África está em combate com um grupo paramilitar que tenta dar um golpe e tomar o poder da nação. Até o momento, já são 27 mortos e mais de 600 feridos em meio aos ataques.
A morte dos funcionários da ONU aconteceu no último sábado (15/4), enquanto eles estavam à caminho do trabalho, na região de Darfur. Identificados como Daniel James, Ecsa Tearp e Ali Elariom, os três eram de cidadãos do Sudão. Na mesma noite, a capital do país, Cartum, viveu intensos conflitos, com vários disparos e explosões.
Tentativa de golpe do Sudão
Comandados pelo general Mohamed Hamdan Daglo, também conhecido como Hemedti, o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), afirma ter assumido o controle de importantes pontos do país — o governo nega as afirmações do grupo.
Conforme afirmaram à imprensa internacional, o FAR já havia invadido o palácio presidencial, a residência do chefe do Exército, o Aeroporto Internacional de Cartum (capital do país), bem como os das cidades de Merowe e El Obeid. Em ligação ao Catar Al-Jazeera, o líder do grupo afirmou que:
“Não vão parar antes de assumir o controle de todas as bases militares”, assegurou.
Em resposta aos ataques sofridos, o general Abdel Fatah al Burhan, à frente do exército oficial do Sudão e líder do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, afirmou que havia mobilizado forças aéreas contra o “inimigo”.
Apoio aos brasileiros no Sudão
De acordo com dados divulgados pelo Itamaraty, 15 brasileiros vivem no país — com os quais a embaixada do Brasil já está em contato. Devido ao escalonamento da violência no país africano, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro informou que tem acompanhado “com preocupação a crise no país”:
“O governo brasileiro exorta as partes à contenção e à cessação imediata dos combates. Reiteramos apoio aos esforços do Conselho de Segurança das Nações Unidas nesse sentido”, diz a nota.
Considerado o terceiro maior país do continente africano, as autoridades brasileiras afirmaram seu apoio às negociações políticas entre as lideranças sudanesas, com o objetivo de restabelecer um governo civil de transição. Além disso, o governo criou um canal via número de WhatsApp (+55 61 98260-0610) para os brasileiros que estejam necessitando de apoio em terras sudanesas.