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Trabalhadores pedem saída da Petrobras do Uruguai

Na semana passada, mais de 150 empregados invadiram a sede da empresa em Montevidéu e instalaram o chamado “controle operário”

atualizado

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Petrobras – Combustível – Gasolina – Setor de inflamáveis
1 de 1 Petrobras – Combustível – Gasolina – Setor de inflamáveis - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Após o anúncio de que o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a venda de uma rede de postos no Uruguai, na última sexta-feira (26/04/2019), trabalhadores do setor de gás pedem a saída da empresa do país, além da recontratação de 20 empregados que estão em seguro-desemprego.

A Petrobras é dona das empresas MontevideoGas e Conecta, que prestam os serviços de distribuição de gás na capital e no interior do país, respectivamente. Na semana passada, mais de 150 empregados invadiram a sede da empresa em Montevidéu e instalaram o chamado “controle operário” (control obrero, em espanhol).

No mesmo dia, uma decisão judicial proibiu a iniciativa e ordenou que os trabalhadores desocupassem o prédio. Eles dizem que a Petrobras não tem mais interesse em investir no país. Além disso, afirmam que a empresa já demitiu 20 empregados e que pretende demitir mais 37. Para os trabalhadores, o serviço de distribuição de gás no país está sendo prejudicado.

A Petrobras, em nota emitida na sexta-feira (26/04/2019), afirmou que “as novas diretrizes consideram a venda de ativos com destaque para o segmento de refino e distribuição, incluindo a venda integral da Petrobras Uruguay Distribución SA (PUDSA), rede de postos no Uruguai, oito refinarias que totalizam capacidade de refino de 1,1 milhão de barris por dia, e a venda adicional de participação na Petrobras Distribuidora (BR), permanecendo a Petrobras como acionista relevante”.

O sindicato dos trabalhadores de gás emitiu comunicado oficial em que afirma que, “diante da confirmação da intenção da empresa, é necessário iniciar rapidamente negociações entre Ministério de Indústria, Energia e Mineração e Petrobras para um acordo em relação à sua saída do Uruguai, para resguardar o serviço público, os usuários e os trabalhadores, o que implica reintegrar os trabalhadores em seguro-desemprego e cancelar as demissões previstas”.

O senador Álvaro Delgado, do Partido Nacional, afirmou no Twitter que o ministro da Indústria, Guillermo Moncecchi, será convocado para ir ao Senado, a fim de explicar qual será a atitude do governo do presidente Tabaré Vázquez diante da situação.

Empresas deficitárias
Em nota, a empresa brasileira lembra que já anunciou a venda integral da PUDSA. Em relação às empresas MontevideoGas e da Conecta, a Petrobras lembra que ambas são deficitárias, e que a estatal brasileira investiu US$ 112 milhões nos últimos 15 anos, tendo um prejuízo de US$ 116 milhões no mesmo período.

A Petrobras afirma que continuará administrando a distribuição de gás natural no Uruguai, mas que “aguarda os resultados das discussões com o Estado uruguaio para a efetiva recomposição da equação econômico-financeira das concessões de gás natural”.

Segundo a nota, “A Petrobras está determinada a não continuar acumulando prejuízos”. A nota diz ainda que a empresa vem suportando pressões e hostilidades, “como a invasão por 12 horas na última quinta-feira (25) de trabalhadores uruguaios na MontevideoGas”.

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