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Trabalhadores da Volkswagen na Alemanha entram em greve de advertência

Enfrentando queda nas vendas e futuro incerto, montadora tem planos de fechar fábricas na Alemanha e reduzir salários

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Trabalhadores da Volkswagen na Alemanha entram em greve
1 de 1 Trabalhadores da Volkswagen na Alemanha entram em greve - Foto: Getty Images

Trabalhadores de diversas fábricas alemãs da Volkswagen entraram em greve nesta segunda-feira (2/12). A paralisação de advertência que afeta nove das dez fábricas no país foi convocada pelo sindicato IG Metall como resposta à recusa da empresa em conceder um reajuste e aos planos de redução de postos de trabalho e fechamento de plantas que vêm sendo anunciados pela montadora, que enfrenta uma crise.

Dezenas de milhares de funcionários filiados ao sindicato IG Metall pararam de trabalhar às 9h30. A greve de advertência – uma paralisação temporária com o objetivo de pressionar a administração durante negociações travadas – estava prevista para durar duas horas, um processo que será repetido no turno da noite.

“Se necessário, esta será a batalha de negociação coletiva mais dura que a Volkswagen alguma vez conheceu”, alertou o IG Metall num comunicado divulgado no fim de semana para 120 mil trabalhadores de seis fábricas que podem ser potencialmente afetados pelas medidas.

Na sexta-feira (29/11), a montadora alemã, que está preparando um forte plano de reestruturação, recusou a contraproposta dos sindicatos para reduzir custos sem fechar fábricas, o que fez aumentar as perspectivas de endurecimento do diálogo. Ao todo, a Volkswagen emprega 300 mil pessoas em dez fábricas na Alemanha, mas para cerca de um terço imperam um acordo coletivo diferente.

Thorsten Gröger, dirigente do IG Metall, culpou os representantes da empresa na mesa de negociações pela “duração e intensidade deste confronto”. A próxima rodada de negociações está marcada para 9 de dezembro e há risco de as paralisações se transformem em greves de 24 horas ou ilimitadas se não for fechado um acordo.

Por seu lado, a Volkswagen afirmou, em comunicado, “respeitar” o direto dos trabalhadores de participarem da “greve de advertência”, apontando ainda que acredita na continuação do “diálogo construtivo” para “alcançar uma solução duradoura e apoiada coletivamente”.

A empresa afirmou ainda ter “tomado medidas para garantir o abastecimento de emergência” durante esta paralisação, de forma a minimizar “tanto quanto possível” o seu impacto nos clientes, parceiros e fabricas.

Fábricas fechadas

No final de outubro, representantes da VW informaram que os planos de gestão da empresa envolvem o fechamento de três fábricas na Alemanha – algo inédito na trajetória da empresa do país -, a supressão de dezenas de milhares de postos de trabalho e a redução em 10% dos salários de milhares de trabalhadores.

Posteriormente, a montadora indicou em comunicado que “devido à crise econômica na indústria automotiva” não conseguiria “satisfazer a exigência do sindicato de um aumento salarial de 7%”.

“Em vez disso, a empresa acredita que a redução dos salários em 10% daria à Volkswagen AG os meios para fazer investimentos futuros, de modo a manter-se competitiva e, assim, salvaguardar os postos de trabalho”, disse a empresa.

Futuro incerto

No momento, a Volkswagen enfrenta um futuro incerto, confrontada com uma série de desafios à medida que o mercado global transita dos motores de combustão interna para alternativas mais ecológicas, como veículos elétricos e híbridos. O cenário vem causando dificuldades para a empresa especialmente na Europa e na China.

A empresa anunciou no fim de outubro que o seu lucro no terceiro trimestre, entre julho e setembro, caiu 64%, para 1,58 bilhão de euros, face aos 4,35 bilhões de euros que ganhou um ano antes.

Nos primeiros nove meses deste ano, as vendas da VW caíram 1,6% no mercado interno alemão e despencaram 10,2% na China, país que tem sido fundamental para a solidez financeira da empresa nos últimos anos.

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