Todos os países devem temer o uso de armas nucleares, alerta Zelensky
Zelensky acredita que Putin seria capaz de implantar armas nucleares porque não valoriza a vida humana
atualizado
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alertou que o mundo deve estar preparado para a possibilidade do líder russo, Vladimir Putin, usar armas nucleares na guerra no Leste Europeu.
Nesta sexta-feira (15/4), em entrevista ao canal de notícias CNN Internacional, Zelensky disse que Putin seria capaz de implantar armas nucleares porque não valoriza a vida humana.
“Não só eu, acho que todo o mundo, todos os países têm que se preocupar, porque você sabe que pode não ser uma informação real, mas pode ser a verdade. Eles poderiam fazer isso… Eles podem… Para eles, a vida das pessoas não é nada”, frisou.
Represália
A Rússia está concentrando os esforços em tomar as cidades de Rubizhne, Popasna e Mariupol, no leste da Ucrânia. Os ataques massivos são em resposta ao bombardeio contra uma cidade russa na fronteira entre os dois países.
Nesta sexta-feira, segundo agências internacionais de notícias, o Exército russo está enviando tropas para o local.
Rubizhne e Popasna estão na região separatista pró-Rússia de Lugansk. Mariupol está sitiada há mais de 40 dias.
A tensão no Leste Europeu voltou a subir após novos ataques ucranianos contra o território russo. O país liderado por Vladimir Putin, que havia prometido trégua a Kiev, sinalizou que vai bombardear a capital.
A região separatista já fazia parte da rota de ataques da nova fase da “operação militar especial”, como os russos tratam a guerra. Contudo, a intensidade ganhou novos contornos após a investida ucraniana.
Mais de 20 edifícios e uma escola foram alvo de mísseis ucranianos. A região atacada fica em Belgorod, no sudeste da Rússia, próximo à fronteira entre os dois países. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira pela agência russa de notícias Tass.
Em represália, o governo russo anunciou novos ataques em Kiev. A determinação ocorre duas semanas após Putin indicar a retirada de tropas da cidade. “O número e a frequência de ataques com mísseis a instalações em Kiev aumentará”, informou o Ministério da Defesa russo.
Na madrugada, segundo os russos, uma fábrica de mísseis que fica no complexo militar e industrial de Vizar, em Vyshneve, no subúrbio de Kiev, foi atacada.
A escalada da violência ocorre após o naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no Mar Morto. A Ucrânia reivindicou o ataque.
Combates
Os combates continuam na cidade portuária de Mariupol, onde tropas russas e ucranianas se enfrentam pelo controle do local. As batalhas se concentram em torno de uma siderúrgica e na área portuária.
A Rússia admitiu que usou mísseis de longo alcance para atacar. É a primeira vez que esse tipo de armamento é usado na cidade. A informação foi divulgada pelo porta-voz do Ministério da Defesa da Ucrânia, Oleksandr Motuzyanyk, nesta sexta-feira.
A versão do governo ucraniano é de que as forças russas ainda não conseguiram tomar completamente o controle de Mariupol. A Rússia diz o inverso.
Repressão russa
A cobertura da imprensa russa continua sob grande controle do governo de Vladimir Putin. As mais recentes investidas foram o bloqueio de um jornal na internet e uma campanha de defesa de represália contra a Ucrânia na TV estatal russa.
A repressão também atinge a diplomacia. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia determinou a expulsão de 18 diplomatas da União Europeia. Eles deverão deixar o país.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Volodymyr Zelensky, em 24 de fevereiro. Nesta sexta-feira, a guerra completa 51 dias.
Ataque em Kharkiv
O governo ucraniano afirmou que sete civis morreram e 27 ficaram feridos em um ataque russo contra um ônibus que retirava pessoas da região de Kharkiv, no leste do país.
“Em 14 de abril, militares russos dispararam contra um ônibus de retirada com civis na cidade de Borova. Segundo as primeiras informações, sete pessoas morreram e 27 ficaram feridas”, informou a Procuradoria-Geral no Telegram.