Tiroteios no Texas e Ohio: conheça as vítimas dos ataques nos EUA

Os ataques que abalaram duas cidades norte-americanas deixaram 31 mortos e aproximadamente 50 feridos. No intervalo de cerca de 12 horas, entre esse sábado (03/08/2019) e a madrugada de domingo (04/08), atiradores deixaram um rastro de terror em El Paso e Dayton. Entre os mortos está a irmã de um dos atiradores, que foi morto pela polícia.

O primeiro ataque foi registrado na tarde de sábado, em uma loja Walmart no Texas, onde 22 morreram e 26 ficaram feridos. Segundo a polícia, os tiros ocorreram entre as ruas Hawkins e Gateway East, onde fica o estabelecimento comercial. Um homem branco de 21 anos de Allen, Dallas, foi levado sob custódia depois de se render. No momento dos disparos, a loja tinha movimento intenso de pessoas, por conta da temporada de volta às aulas. A polícia e o FBI investigam se o ato foi um crime de ódio depois que um manifesto contra imigrantes, escrito pelo atirador, foi compartilhado nas redes sociais. No texto, ele falava em “invasão mexicana” no Texas. Sete mexicanos foram mortos e seis estão entre os feridos.

Em Dayton, nove pessoas morreram e outras 26 se feriram durante a madrugada de domingo, quando um atirador abriu fogo próximo ao bar Ned Peppers, na East Fifht Street, região central da cidade. Havia um show de rap sendo realizado perto do local. As vítimas, cinco homens e quatro mulheres, tinham entre 22 e 57 anos. O autor dos disparos, 24, foi morto a tiros pela polícia, que apura se a motivação do crime seria a irmã do criminoso. Megan Betts, 22, foi uma das primeiras a ser assassinada.

Conheça as 9 vítimas do ataque em Dayton:

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Megan K. Betts, 22 anos (mulher branca): estudante de ciências ambientais na Wright State University, a irmã do atirador iria se formar no ano que vem, de acordo com sua página no Facebook.

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Lois L. Oglesby, 27 anos (mulher negra): trabalhava em uma creche e estava estudando em uma escola de enfermagem, profissão que ela sonhava ter. Era considerada por familiares e amigos como uma "mãe maravilhosa". Lois deixou dois filhos, um recém-nascido e uma menina.

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Nicholas P. Cumer, 25 anos (homem branco): era estudante de pós-graduação na Universidade de Loretto, na Pensilvânia, em um programa de Mestrado em Cuidados do Câncer. Segundo o presidente da instituição, Malaquias Van Tassell, Nicholas se dedicava a cuidar dos outros. Foi reconhecido este ano pelo Community Engagement Awards entre os estudantes que completaram mais de 100 horas de serviço voluntário. Além disso, foi assistente de pós-graduação da banda marcial da universidade.

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Thomas J. McNichols, 25 anos (homem negro): conhecido pelos amigos e familiares como TJ, era pai de quatro filhos. A tia com quem ele morava em Westwood, Donna Johnson, o descreveu como um "gigante gentil", pelo carisma e por ser um homem muito alto.

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Logan M. Turner, 30 anos (homem branco): havia comemorado o aniversário de 30 anos na terça-feira (30/07) e estava com amigos no bar na hora do tiroteio. A mãe de Turner, Danita Turner, descreveu seu filho como "doce e inteligente". Era formado em engenharia na Universidade de Toledo e recentemente havia começado a trabalhar como maquinista na Thaler Machine Co., em Springboro.

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Derrick R. Fudge, 57 anos (homem negro): morador de Springfield, ele estava no centro de Dayton com a família quando foi morto. Segundo a irmã, Twyla Southall, eles saíram de um dos clubes da região e estavam em uma fila para comprar um lanche.

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Saheed Saleh, 38 anos, era morador de Dayton.

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Monica E. Brickhouse, 39 anos (mulher negra): estava diante do bar Ned Peppers quando foi atingida pelos disparos. Natural de Springfield, ela havia se mudado para Virginia beach recentemente, segundo seu perfil no Facebook.

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Beatrice N. Warren-Curtis, 36 anos (mulher negra)

Reprodução/gunmemorial.org

Polícia ainda identifica mortos no Texas
As autoridades de segurança ainda trabalham na identificação dos mortos no ataque ocorrido no Walmart, em El Paso. Por isso, uma lista oficial com os nomes ainda não foi divulgada. Os hospitais locais confirmaram que estão tratando entre 22 e 26 vítimas do tiroteio, algumas em estado grave. O porta-voz da polícia de El Paso, sargento Robert Gomez, disse que o Walmart  estava “no limite” da capacidade, com até 3 mil pessoas no interior do local no momento do tiroteio. A polícia havia respondido dentro de seis minutos após receber os primeiros relatos de um atirador em ação, às 10h39. Veja quem já foi identificado:

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Arturo Benavides, 67 anos: era motorista de ônibus e veterano do exército, segundo a esposa revelou à CNN. A família o considerava um homem absolutamente forte e atencioso.

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Jordan Anchondo, 25 anos: foi assassinada enquanto tentava proteger o filho, de apenas 2 meses de idade. Ao morrer, caiu sobre a criança, que sofreu algumas fraturas nos ossos, mas sobreviveu. Segundo a irmã dela, Leta Jamrowski, 19, a irmã estava com o marido, Jordan Anchondo, fazendo compras de materiais escolares. Ela deixa três filhos.

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Andre Anchondo, 23 anos: marido de Jordan. A morte dele foi confirmada pelo irmão em um post no Facebook. Segundo um amigo, ele e Jordan haviam reatado o relacionamento e se casaram há pouco mais de um ano,. O jovem havia acabado de construir uma casa para a família. O casal estava muito feliz com o nascimento do filho.

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Angie Englisbee, 86 anos: estava falando ao telefone com um dos filhos, na fila do caixa do supermercado momentos antes do tiroteio, segundo o NY Times. Ela deixa sete filhos.

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Leo Campos e Maribel Hernandez também estão entre os mortos, segundo a CNN. Eles haviam deixado o cachorro em um pet shop para a tosa, pouco antes de irem para o Walmart, disse o irmão de Hernandez, Al Hernandez. A família não sabia que algo estava errado até que o ajudante do pet shop os chamou e disse que o cachorro não havia sido pego.

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Javier Rodriguez, 15 anos: iria iniciar o segundo ano na Horizon High School, em El Paso. Era considerado bom aluno e adorava futebol, segundo a tia, Elvira Rodriguez.

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David Johnson, 63 anos: segundo a sobrinha dele, Maria Madera, David estava no Walmart com a esposa, Kathy, e a neta de nove anos, Katie, e morreu protegendo-as, usando o corpo como escudo.

Cidadãos mexicanos entre os mortos
Sete mexicanos também estavam entre os mortos, disse o presidente Andrés Manuel López Obrador. Os nomes foram divulgados pelo secretário mexicano de Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, em um post no Twitter:

• Sara Esther Regalado
• Adolfo Cerros Hernández
• Jorge Calvillo García
• Elsa Mendoza de la Mora
• Gloria Irma Márquez
• María Eugenia Legarreta Rothe
• Ivan Filberto Manzano

Promotor pedirá prisão perpétua
O criminoso que foi preso em El Paso é de Allen, cidade do Texas que fica a cerca de 1.055 quilômetros de El Paso. Vídeos amadores feitos no local mostram várias pessoas sendo retirados do centro comercial e pessoas se escondendo em meio ao som do tiroteio provocado por ele. Há ainda imagens de visitantes saindo com as mãos ao alto do local. Sem possibilidade de fiança, ele foi formalmente acusado de homicídio. O promotor de El Paso informou que vai pedir a prisão perpétua para o criminoso.

Em pronunciamento na praça São Pedro, no Vaticano, o papa Francisco condenou ataques a “pessoas indefesas” e manifestou apoio às vítimas e familiares dos assassinatos em massa em El Paso, Dayton e também o ocorrido no domingo passado na Califórnia, quando três pessoas foram mortas durante um festival gastronômico.

Clima de ódio e violência
Os indícios de que o ataque no Texas teriam motivação racial levaram opositores democratas a jogarem a culpa sobre a retórica anti-imigração de Trump que, para muitos, fomenta um clima de ódio e de violência contra os migrantes. O líder norte-americano se defendeu, afirmando que seu governo já fez muito para impedir ataques, mas admitiu que talvez seja preciso fazer mais. “O ódio não tem lugar no nosso país”, afirmou. Até então, ele havia apenas publicado uma confusa série de tuítes expressando apoio às vítimas, ao mesmo tempo em que promovia uma luta de MMA e lançava críticas a seus adversários políticos.

Trump ainda atribuiu os massacres a uma combinação entre ódio e problemas mentais, afirmando que, em ambos os casos do fim de semana, os atiradores são pessoas “com doenças mentais muito graves”.