“Tirem a mão da África!”, diz papa Francisco em visita ao Congo
Recebido por milhares de fiéis nas ruas da capital, papa Francisco discursou contra colonialismo econômico que impera no continente
atualizado
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Dando início à sua viagem pela África, o papa Francisco desembarcou na República Democrática do Congo (RDC) nesta terça-feira (31/1). Recebido por dezenas de milhares de congoleses, o pontífice discursou contra o que ele chamou de “colonialismo econômico” e pediu para que “tirem as mãos da África”.
A última visita de um papa a RDC aconteceu nos anos 1980, quando o nome do país ainda era Zaire. Nesta terça-feira, na capital Kinshasa, o papa Francisco subiu o tom contra comunidade internacional por não ajudar de maneira efetiva o continente que foi assolado pela exploração, sobretudo, de países europeus.
“Tirem as mãos da República Democrática do Congo! Tirem as mãos da África! Parem de asfixiar a África! Ela não é uma mina ou um terreno a ser explorado”, exclamou o papa.
O pontífice continuou a discursar contra a exploração de minérios no continente africano e na RDC, conhecida por ter regiões ricas em minérios, que são palco de conflitos entre governo, milícias e estrangeiros.
“É uma tragédia que estas terras, e de modo mais generalizado, todo o continente africano siga enfrentando várias formas de exploração. O veneno da ganância manchou seus diamantes com sangue”, afirmou Francisco.
Em giro pelo continente, o papa deve permanecer na RDC até sexta-feira, quando embarca para o Sudão do Sul. A viagem estava prevista para acontecer em julho do ano passado, mas foi adiada quando o líder da Igreja Católica começou a sentir dores no joelho. Desde então Francisco tem usado cadeira de rodas para se locomover em seus compromissos
A visita ao país acontece em meio a um aumento da violência no território congolês. Conflitos entre grupos armados pela disputa de minerais vem e intensificando no país.