Tio de bebê morta em queda de avião no Irã: “Perdi parte de mim”
A sobrinha, de 1 ano, a irmã e o cunhado morreram na tragédia aérea. Eles voltariam ao Canadá após passar um mês no país persa
atualizado
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O engenheiro Amir Arsalani lamentou a morta da irmã, a analista de negócios Evin Arsalani, de 30 anos, da sobrinha, Kurdia Molani, de 1, e do cunhado, Hiva Molan, 38, que estavam no avião ucraniano derrubada por um míssil no Irã, na última quarta-feira (08/01/2020). À revista Época, Arsalani disse que nunca mais será o mesmo.
“Sobre a possibilidade de ter tido um ataque ao avião, li algumas declarações feitas no Canadá e parece que eles têm evidências de que isso realmente aconteceu. Mas, para mim, não faz a menor diferença se foi intencional ou não. Isso não importa, porque perdi uma parte de mim e nunca mais vou ser o mesmo”, disse.
Arsalani conta que a pequena Kurdia era uma menina muito doce e alegre, e todos eram muito próximos. “Minha sobrinha era uma menina que todo mundo amava. Tenho dois filhos que estão muito impactados com a situação e falam disso o tempo todo. O mais velho tem tratado a irmã como se fosse filha. Ela o procura quando tem problemas e ele tem sido um ombro para ela chorar”, lembrou Arsalani à reportagem.
O engenheiro disse que a família viajou para um casamento no Irã, em 8 de dezembro do ano passado. A irmã, Evin, celebrou seu aniversário no último 2 de janeiro e, na quarta-feira, eles voltariam ao Canadá – onde buscaram uma vida melhor.
Com 176 pessoas a bordo, o avião ucraniano, um Boeing 737, caiu na madrugada da última quarta-feira, após decolar do aeroporto de Teerã, capital do Irã. Na aeronave havia pessoas de sete nacionalidades diferentes: 82 iranianos, 63 canadenses, 11 ucranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos. Todos morreram. Kurdia Molani, a sobrinha de Arsalani, era a mais nova entre as vítimas.
O chefe da Força Aérea da Guarda Revolucionária do Irã, Amir Ali Hajizadeh, assumiu neste sábado (11/01/2020) “total responsabilidade” pela queda do avião. “Assumo total responsabilidade. Teria preferido morrer a testemunhar um acidente semelhante”, afirmou em comunicado transmitido pela televisão estatal. De acordo com o militar, ele não recebeu confirmação da ordem de disparo dos mísseis devido a um bloqueio de sinal. Hajizadeh explicou que ele teve apenas 10 segundos para decidir.
Em um comunicado oficial, lido na TV estatal do país, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse que espera “garantias” do Irã para que seja instaurada uma investigação “completa e aberta” e que “continue sem atrasos e obstáculos”, além do pagamento de indenizações do Irã às famílias das vítimas.