Testemunha conta últimos momentos de jovem morto por homofobia na Espanha
Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, foi espancado por um grupo de homens em frente a uma boate. Suspeita é de crime de ódio
atualizado
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Duas testemunhas que tentaram ajudar o brasileiro de 24 anos que morreu na Espanha, no último sábado (3/7), contaram como foram os últimos momentos do jovem. Samuel Luiz Muñiz foi espancado em frente a uma boate ao sair para fumar e falar ao telefone.
Marco e Begonã contam que viram o jovem no chão e logo acionaram o socorro. “Quando eu vejo o menino no chão, primeiro tiro um pouco da roupa dele para deixá-lo confortável, coloco uma espécie de travesseiro nele, coloco ele de lado, coloco a língua de fora, tudo para tentar evitar que ele se afogasse”, conta, em entrevista ao jornal El Mundo.
Marco afirma que tentou acordar Samuel, mas que ele não respondia. “Ele estava realmente em coma total. Tomei seu pulso três vezes durante aqueles minutos e não consegui encontrar.”
Ele conta que lembrou de seus filhos nos momentos em que passou com o jovem que morreu. “Tenho quase 50 anos e tenho filhos dessa idade. Imaginei como se ele fosse mais um filho. Segurando-o, ficando com ele para que não ficasse sozinho ali”, conta.
O crime
O relato inicial é que um homem teria agredido Muñiz porque desconfiava que estaria sendo gravado. Não satisfeito, o criminoso voltou com um grupo de mais 10 pessoas, que agrediram o jovem com socos e chutes até a morte. Há suspeita de que o brasileiro tenha sido vítima de homofobia em um crime de ódio.
Samuel era auxiliar de enfermagem e nasceu no Brasil, mas morava na Espanha desde o primeiro ano de vida.
Três pessoas já foram presas. As autoridades continuam a apurar a motivação do crime. Investigadores já recolheram depoimentos de 15 testemunhas.