Terremoto e choque de aviões: Japão inicia 2024 com mais de 60 mortes
Em dois dias, Japão registrou acidente com aviões e forte terremoto, que derrubou casas, interrompeu serviços essenciais e deixou mortos
atualizado
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O início do ano de 2024 está sendo devastador para milhares de japoneses que sofrem com uma onda de tragédias desde a última segunda-feira (1º/1). O país registrou um terremoto de magnitude 7,6, que causou a morte de ao menos 57 pessoas e deixou milhares de desabrigados. Além disso, um acidente envolvendo dois aviões no aeroporto de Haneda, em Tóquio, acabou com cinco vítimas.
O terremoto atingiu o país na segunda, enquanto se comemorava o Ano-Novo. O tremor ocorreu a cerca de 42km a nordeste de Anamizu, na província de Ishikawa. A região também sofre com tremores secundários.
As buscas por desaparecidos entraram no terceiro dia nesta quarta-feira (3/12). De acordo com a Prefeitura de Ishikawa, a tragédia deixou 57 mortos, incluindo adolescentes e idosos, cerca de 40 feridos e mais alguns desaparecidos.
O terremoto também causou danos às estruturas de casas e prédios. Segundo a TV japonesa NHK, as cidades de Wajima, Suzu e Noto registraram incêndios em mais de 200 edifícios, além de desabamentos, que podem ter deixado pessoas soterradas.
Mais de 27 mil pessoas estão desabrigadas, informou um porta-voz do governo à CNN. O prefeito de Suzu, Masuhiro Izumiya, estimou que cerca de 5 mil moradores perderam suas casas. “A situação é catastrófica”, resumiu.
Os tremor danificou estradas e interrompeu serviços ferroviários. Mais de 30 mil residências ficaram sem energia na região de Ishikawa. Alguns locais também estão com desabastecimento de água.
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou que o país enfrenta uma “batalha contra o tempo” para socorrer as vítimas. “Devemos resgatá-los o mais rápido possível, especialmente aqueles que estão presos sob estruturas desabadas”, ressaltou.
O governo também determinou o envio de suprimentos essenciais para atender a população, como água, alimentos, cobertores, querosene e gasolina, por via aérea e marítima.
Acidente aéreo
Não bastasse a devastação causada pelo terremoto, os japoneses tiveram de lidar com outra tragédia, ocorrida nessa terça-feira (2/1). Dois aviões colidiram no aeroporto de Haneda, em Tóquio, e deixaram mais cinco mortos e ao menos 17 feridos.
Um Airbus da Japan Airlines, que levava 367 passageiros e 12 tripulantes, bateu em um avião de pequeno porte da Guarda Costeira do Japão logo após o pouso. Os ocupantes da aeronave maior foram resgatas, mas cinco das seis pessoas que estavam a bordo do aeroplano da Guarda Costeira morreram.
As vítimas são:
- vice-capitão Nobuyuki Tahara, 41 anos
- operador de rádio Takanori Ishida, 27
- operador de radar de busca Wataru Tateto, 39
- mecânico Masato Uno, 47
- trabalhador de manutenção Shigesuke Kato, 56
O capitão da aeronave de pequeno porte, Genki Miyamoto, 39, foi socorrido em estado grave. Além dele, 16 pessoas que estavam no outro avião se feriram.
A aeronave da Guarda Costeira envolvida no acidente se preparava para levar suprimentos a uma base na província de Niigata a fim de apoiar a população atingida pelo terremoto.
Veja o momento da colisão:
Terremoto devastador
Devido à localização geológica, o Japão carrega histórico de eventos sísmicos. O mais forte deles aconteceu em 2011, quando um terremoto de magnitude 9,1 atingiu a costa nordeste do país. O tremor gerou um tsunami com ondas de quase 40 metros de altura. Isso ocorre porque o país está localizado em uma região de atividades sísmicas muito ativas.
Apesar do forte tremor dessa segunda, o país suspendeu os avisos de tsunami. A Agência Meteorológica do Japão, no entanto, incentivou que pessoas em áreas sob alerta se abstenham de trabalhos marítimos. Embora não seja provável que as ondas aumentem, as mudanças no nível do mar ainda são observadas.
“Foi um choque tão poderoso”, afirmou Tsugumasa Mihara, 73, ao jornal Japan Times. Ele estava na fila com centenas de outras pessoas para buscar água na cidade de Shika. “Que maneira terrível de começar o ano”, lamentou.