Terremoto de 7,1 graus abala o México e deixa ao menos 149 mortos
Tremor leva pânico à capital mexicana, deixa quase 4 milhões sem eletricidade e causa vazamentos de gás
atualizado
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Um forte terremoto de 7,1 graus na escala Richter foi registrado nesta terça-feira (19/9), no México apenas 12 dias depois de um tremor de 8,2 graus atingir a costa sul do México e deixar 98 mortos. O tremor desta terça deixou ao menos 149 mortos. Os estados mais atingidos foram Morelos, com 64 óbitos, Puebla (36) e Estado do México (39 vítimas, 30 delas na capital).
O prefeito da Cidade do México, Miguel Ángel Mancera, disse que pelo menos 49 prédios ruíram e as equipes de resgate haviam retirado entre 50 e 60 pessoas com vida dos escombros.
O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, acionou o Comitê Nacional de Emergências. Ele cancelou um evento em Oaxaca e sobrevoria de helicóptero a capital para acompanhar a situação. Segundo informações preliminares, os edifícios afetados ficam principalmente nos bairros Condesa, Roma, Del Valle, Navarte, Centro, Coyacán e Xochimilco. Um edifício também desmoronou na tradicional Zona Rosa da capital.
Equipes de resgate escavavam entre os escombros das construções em busca de vítimas. Curiosos aplaudiram quando uma mulher foi retirada de um edifício que ruiu e os socorristas logo pediram silêncio para tentar ouvir pedidos de socorro. Fachadas de prédios também ruíram sobre pedestres e carros, muitos com pessoas dentro.
O abalo causou cortes no fornecimento de energia – 4 milhões ficaram sem eletricidade -, vazamento de gás, interrupção no serviço de telefonia e a suspensão do funcionamento do metrô.
Redes sociais
No sul da capital, em Coyacán, a Igreja de São João Batista sofreu danos em uma de suas torres e a paróquia de São Bernardino, em Xochimilco, desabou. Nesse bairro, um vídeo nas redes sociais mostrava o forte movimento das águas dos canais. Uma forte onda foi de um lado a outro, revolvendo as tradicionais águas onde moradores e turistas passeiam em barcos enfeitados.
Em todas as zonas afetadas pelo tremor houve danos nos edifícios. As sacadas de alguns se desprenderam com o intenso movimento telúrico. As aulas foram suspensas, assim como a sessão da Bolsa de Valores, para garantir a segurança. O serviço de emergência informou que o Aeroporto Internacional Benito Juárez suspendeu as operações após o abalo, pois teria registrado rachaduras no chão.
O Centro Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês) estimou a magnitude do tremor em 7,1, enquanto o Instituto Sismológico do México o calculou em 6,8, e informou que o epicentro foi registrado a 51 quilômetros de profundidade a 7 km a oeste de Chiautla de Tapia, entre o Estado de Puebla e o de Morelos.
Luis Felipe Puente, coordenador nacional de Proteção Civil da Secretaria de Governo disse que os protocolos de atenção e resposta haviam sido ativados. Pouco depois, o Departamento de Proteção Civil mexicano informou que vários incêndios foram reportados em diversos prédios da Cidade do México após o tremor.
“Estou consternada, não consigo conter o choro, é o mesmo pesadelo de 1985”, disse Georgina Sánchez, de 52 anos, que chorava em uma praça. No dia 19 de setembro de 1985, um terremoto matou mais de 10 mil pessoas na Cidade do México.
Este tremor foi sentido com mais força que o do dia 7 de setembro, o mais poderoso desde 1932 no México, que deixou 98 mortos no sul do país – 78 em Oaxaca, 16 em Chiapas e 4 em Tabasco.
Governo do Distrito Federal
Na noite de ontem, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), se solidarizou com as vítimas. Confira nota:
“Recebi com profunda dor a notícia da morte de ao menos 149 pessoas após terremoto na Cidade do México, apenas 12 dias após o país passar por um tremor que deixou outros 98 mortos.
Neste momento de dor, uno-me aos milhões de mexicanos em oração, desejando-lhes força para superar esta tragédia.
Que o México encontre conforto necessário. Presto minha absoluta solidariedade aos mexicanos.”