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Tensão no Oriente Médio e Ucrânia: estamos perto da 3ª Guerra Mundial?

Recentes tensões ao redor do mundo, envolvendo grandes potências, levantam as chances de uma terceira Guerra Mundial

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Imagem colorida de Ataque da Rússia a cidades da Ucrânia - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Ataque da Rússia a cidades da Ucrânia - Metrópoles - Foto: Reprodução

No último ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que o mundo vive o momento mais tenso desde o período da Guerra Fria, com o risco iminente de uma arma nuclear ser usada novamente após mais de 70 anos.

O alerta foi dado em maio, quando o conflito entre Rússia e Ucrânia já se estendia por mais de um ano e envolvia, cada vez mais, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Cinco meses depois, a incursão terrorista do Hamas no território israelense culminou no início da guerra na Faixa de Gaza, que elevou a tensão no Oriente Médio.

Com dois grandes conflitos acontecendo em continentes diferentes, envolvendo grandes potências, a possibilidade de uma terceira guerra mundial se iniciar a partir dos desdobramentos regionais passou a ser uma preocupação constante da comunidade internacional.

Na Europa, a participação indireta da Otan na guerra da Ucrânia elevou os ânimos entre a aliança militar e a Rússia, que desde o início do conflito criticou o apoio enviado por países membros à Ucrânia. Além disso, a decisão recente por parte de alguns países do bloco, que liberaram ataques da Ucrânia contra o território russo com armas Ocidentais, fez com que uma série de declarações preocupantes surgissem.

Enquanto a aliança justificava a medida como um direito da Ucrânia, invadida em 2022, a Rússia descreveu a decisão como perigosa e se disse pronta para o combate direta com países da Otan caso seja atacada com armas transferidas pelo bloco. 

Já no Oriente Médio, os oito meses de guerra entre Israel e Hamas acabaram arrastando outros grupos para o conflito, como os Houthis do Iêmen, milícias da Síria e Iraque e o Hezbollah, do Líbano, que apoiam a causa Palestina.

O grupo paramilitar com origem libanesa foi um dos primeiros a realizar ataques contra posições israelenses em apoio ao Hamas, ainda nas primeiras semanas da guerra. Contudo, os ataques entre Hezbollah e Israel aumentaram nos últimos meses, acendendo o alerta para uma possível guerra no Líbano. 

No último dia 18 de junho, o exército de Israel anunciou planos para um ataque contra posições do grupo no Líbano, sem indicar uma data para a ação. O Hezbollah, por sua vez, não descartou uma nova frente de batalha no Oriente Médio.

“Se Israel quiser travar uma guerra total, estamos prontos para isso”, disse o número dois do Hezbollah, Naim Qassem.

Uma terceira guerra mundial pode acontecer?

Analistas ouvidos pelo Metrópoles destacam que, apesar de outros atores participarem dos dois conflitos, as chances de uma terceira guerra mundial ainda são pequenas – ao menos na teoria.

“É difícil imaginar uma atuação direta de grandes potencias mundiais na guerra da Ucrânia”, explica o analista e consultor de Comércio Internacional, Vito Villar. “Não é o que o histórico demonstra e não parece factível que Estados Unidos ou União Europeia entrariam numa disputa do tipo, especialmente no momento eleitoral ou recentemente eleitoral recente. O mais provável é que ambas as partes continuem a abastecer seus aliados com armamento e apoio político”.

Quanto a uma possível guerra entre Israel e Hezbollah, o cenário aponta para um conflito financiado por terceiros.

“Se envolver diretamente significa expor significativamente seu território e sua população a ataques. Certamente o Irã e os Estados Unidos participariam cedendo armas e coordenando os ataques, e possivelmente a Rússia também aproveitaria o contexto para ceder armas. Mas, a menos que Israel não ataque o Irã diretamente, é pouco provável que eles embarquem no confronto. Os Estados Unidos menos ainda”, afirma o historiador João Koatz.

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