Tensão no Oriente Médio cresce com ameaça de resposta por Israel
No último fim de semana, o Irã lançou centenas de mísseis e drones contra o território de Israel. Tel Aviv prometeu uma resposta
atualizado
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O ataque do Irã ao território israelense elevou a tensão no Oriente Médio e aumentou a preocupação da comunidade internacional. O principal receio, nesse caso, é que o país passe a contrapor Israel na guerra contra o Hamas. Embora Teerã tenha dado a questão por encerrada, os israelenses indicaram que haverá uma resposta “quando chegar a hora”.
No último sábado (13/4), o Irã lançou um ataque de grandes proporções contra Israel. Segundo Tel Aviv, a operação contou com o lançamento de cerca de 350 drones, mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos e foguetes, que partiram do Irã, Iraque, Iêmen e instalações do Hezbollah, no Líbano.
De acordo com as Forças de Defesa de Israel, cerca de 99% das ameaças foram interceptadas, sendo uma grande parte pelo sistema antimísseis israelense Iron Dome, o Domo de Ferro. Outra parcela das ameaças foi interceptada pela defesa de países aliados.
Horas depois, a missão iraniana na Organização das Nações Unidas (ONU) informou que a investida ocorreu em resposta à morte de oito pessoas em bombardeio contra instalações diplomáticas do Irã em Damasco, na Síria. O comunicado ainda indicou que o “assunto deve ser considerado concluído”.
“Contudo, caso o regime israelita cometa outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa. É um conflito entre o Irã e o regime israelita desonesto, do qual os Estados Unidos da América devem ficar longe”, completou.
No domingo (14/4), o ministro da Guerra de Israel, Benny Gantz, afirmou que o país vai retaliar o ataque realizado pelo Irã. “Construiremos uma coligação regional e cobraremos o preço ao Irã da forma e no momento certo para nós”, disse Gantz.
Reação internacional
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, condenou o ataque e afirmou que a União Europeia “condena veementemente o inaceitável ataque iraniano contra Israel”. “Esta é uma escalada sem precedentes e uma grave ameaça à segurança regional”, escreveu no X (antigo Twitter).
Os líderes do G7 também rechaçaram o ataque e manifestaram solidariedade a Israel. O grupo é formado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, além dos representantes da União Europeia.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil publicou pronunciamento em que afirma que a diplomacia brasileira vê o acirramento do conflito com “grave preocupação”.
“Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o Governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã”, ressaltou.
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, nesta segunda-feira (15/4) reforçou que o Brasil condena “qualquer ato de violência”.
7º mês de guerra
A guerra entre Israel e o Hamas completou seis meses no dia 7 de abril. A guerra já soma milhares de mortos e feridos, entre palestinos e israelenses, e segue sem prazo para chegar ao fim.
Em 7 de outubro de 2023, Israel declarou guerra contra o Hamas, após uma ação surpresa. Na ocasião, membros do grupo extremista invadiram o território israelense em uma operação que resultou em 1,2 mil mortes — entre as vítimas, três brasileiros — e mais de 200 foram levados reféns.
Em resposta, Israel passou a bombardear a Faixa de Gaza. A ONU, com base em informações do Ministério da Saúde local, que é dominado pelo Hamas, divulgou que mais de 33 mil palestinos morreram, sendo que pouco mais de um terço do montante seria formado por crianças.