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Tempestade Boris: enchentes causam mortes na Europa Central e Oriental

Fortes chuvas deixaram ao menos sete mortos na Romênia, Polônia e Áustria, que declarou emergência em várias regiões

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Foto colorida de enchente na Áustria - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de enchente na Áustria - Metrópoles - Foto: Gabriel Kuchta/Getty Images

Ao menos sete pessoas morreram desde sábado (14/9) em enchentes provocadas pela tempestade Boris, que trouxe chuvas torrenciais à Europa Central e Oriental.

Houve cinco vítimas na Romênia, uma na Polônia e uma na Áustria. Outras duas pessoas estão desaparecidas na Romênia e mais quatro na República Tcheca.

Desde quinta-feira (12/9), áreas desses países, e também na Hungria e Eslováquia, têm sido atingidas por ventos fortes e chuvas excepcionalmente torrenciais. Algumas regiões da República Tcheca e da Polônia enfrentam a pior enchente em quase três décadas. Na Baixa Áustria, região no nordeste do país onde fica a capital, Viena, a situação se agravou neste domingo.

Milhares tiveram que ser evacuados de suas casas. Um número muito maior de pessoas está sem energia elétrica. Há previsão de chuva pelo menos até segunda-feira (16/9).

“Estamos novamente enfrentando os efeitos da mudança climática, que estão cada vez mais presentes no continente europeu, com consequências dramáticas”, disse no sábado o presidente romeno Klaus Iohannis. “Precisamos continuar a fortalecer nossa capacidade de prever eventos climáticos extremos.”

A intensidade das chuvas se deve ao encontro de uma massa de ar polar vinda do norte com uma massa de ar quente e úmida vinda das águas do Mediterrâneo e do Mar Negro, que estão muito mais aquecidas do que o comum. Isso criou uma área de baixa pressão, com as nuvens pressionadas tanto pelo leste quanto pelo oeste.

Na Romênia, quatro corpos foram encontrados na região mais afetada, Galati, no sudeste do país, onde 5 mil casas foram danificadas. Centenas de pessoas foram resgatadas em 19 partes do país, informaram os serviços de resgate, divulgando um vídeo de casas inundadas em um vilarejo às margens do rio Danúbio. “Esta é uma catástrofe de proporções épicas”, disse Emil Dragomir, prefeito do vilarejo de Slobozia Conachi, em Galati, onde, segundo ele, 700 casas foram inundadas.

O primeiro-ministro Marcel Ciolacu está visitando a área, enquanto o presidente Iohannis enviou suas “condolências às famílias em luto”.

Inundações na Europa Central

Cerca de 100 mil bombeiros foram mobilizados na República Tcheca, onde quase 2,9 mil incidentes foram registrados na sexta-feira, a maioria deles devido à queda de árvores e inundações. Cerca de 250 mil residências estão sem eletricidade, e um hospital na cidade de Brno, no sudeste do país, foi evacuado na manhã de sábado.

O país recebeu em três dias a quantidade de chuva esperada para três meses.

“O solo agora está saturado, portanto toda a água da chuva permanecerá na superfície”, disse o ministro do Meio Ambiente, Petr Hladik, na rede X. Os moradores estão recebendo sacos de areia gratuitos para proteger suas casas.

A vizinha Eslováquia declarou estado de emergência na capital, Bratislava.

No sudoeste da Polônia, ao menos 1,9 mil pessoas foram evacuadas. A situação é mais dramática na região de Klodzko, onde 17 mil residências ficaram sem energia. Na cidade histórica de Glucholazy, o prefeito ordenou a evacuação compulsória na manhã deste domingo.

No sábado, autoridades polonesas fecharam o posto de fronteira de Golkowice com a República Tcheca depois que um rio transbordou, fechando várias estradas e interrompendo a circulação de trens na linha que liga Prudnik a Nysa.

A Áustria, por sua vez, registrou ventos de 146 quilômetros por hora no sul do país. Bombeiros intervieram cerca de 150 vezes na capital Viena desde sexta-feira (13/9) para limpar estradas bloqueadas por detritos da tempestade e bombear água dos porões, informou a mídia local.

Autoridades austríacas também declararam neste sábado 23 localidades da Áustria, principalmente nos estados da Baixa Áustria e na Estíria, como área de desastre devido a fortes inundações.

A Baixa Áustria, que faz fronteira com a República Tcheca ao norte, é atualmente a mais afetada. Nessa área, o transbordamento de rios e reservatórios em Waldviertel, uma região a cerca de 115 quilômetros a oeste de Viena, forçou a evacuação de centenas de pessoas.

“A situação das tempestades é muito grave. Quase todos os estados federais estão sendo afetados por fortes chuvas e, em alguns casos, pela queda de neve. A situação está piorando, especialmente na Baixa Áustria”, disse o chanceler austríaco, Karl Nehammer, em redes sociais. “O pico ainda não foi atingido. Os próximos dias continuarão sendo extremamente difíceis e desafiadores para a população afetada e para os serviços de emergência”, acrescentou.

As últimas grandes enchentes na Áustria foram registradas em 2002 e 2013, quando os transbordamentos do Danúbio e do Kamp causaram centenas de milhões de euros em danos e inundaram várias regiões do país.

Leia mais reportagens como essa no Deutsche Welle, parceiro do Metrópoles.

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