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Telescópio flagra explosão cósmica 100 vezes maior que o Sistema Solar

Fenômeno foi considerado a maior explosão cósmica já observada. Causas por trás do evento ainda são um enigma

atualizado

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MARK A. GARLICK / SHEFFIELD UNIVERSITY
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1 de 1 explosão-cósmica - Foto: MARK A. GARLICK / SHEFFIELD UNIVERSITY

Pegos de surpresa, astrônomos da Universidade de Southampton, no Reino Unido, divulgaram, nesta sexta-feira (12/5), uma explosão cósmica maior do que o nosso Sistema Solar. Em estudo publicado na revista científica Monthly Notices da Royal Astronomical Society, os pesquisadores mencionam que encontraram o maior fenômeno do gênero já registrado, 100 vezes maior do que a Via Láctea, durante a avaliação de supernovas no universo.

O evento recebeu o nome de AT2021lwx e pode ser visto há três anos. Segundo os pesquisadores, ao se considerar a Terra como ponto de referência, a explosão demorou 8 bilhões de anos-luz até ser visível em um telescópio.

A descoberta havia sido feita, por acaso, em 2020, pelo observatório estadunidense Zwicky Transient Facility, na Califórnia. O episódio ficou registrado no banco de dados, mas só teve uma análise aprofundada no ano seguinte.

“Após saber a distância até o objeto e quão brilhante ele aparece para nós, você pode calcular o brilho em sua fonte. Depois de realizarmos esses cálculos, percebemos que era extremamente brilhante”, relatou, em nota, o coautor da pesquisa Sebastian Hönig.

O enigma por trás da explosão

Agora, os pesquisadores buscam um consenso para a causa por trás do fenômeno. A primeira possibilidade levantada pela equipe é a de que o AT2021lwx tenha sido provocado por uma explosão de uma estrela massiva, chamado de “supernova” pelos pesquisadores da área.

A explicação alternativa envolve o “efeito de maré”, quando uma estrela é dilacerada pela força de atração de um buraco negro próximo.

Nos dois casos, porém, a luz emitida pela explosão observada não corresponde aos fenômenos mencionados.

“A maioria dos eventos de supernovas e perturbações do efeito maré duram apenas alguns meses antes de desaparecer. Algo permanecer brilhante por mais de dois anos é muito incomum”, detalha Philip Wiseman, líder do estudo, na publicação da revista.

Até o momento, o evento visual só pode ser comparado com os quasares, quando duas galáxias se chocam e liberam uma larga quantidade de luz e energia, em decorrência do encontro de buracos negros supermassivos. A hipótese ainda é estudada porque, segundo o estudo, a luz dos quasares é inconstante. No AT2021lwx, o feixe aumentou bruscamente há três anos.

Diante das dificuldades, os astrofísicos focam em uma teoria mais forte. Na avaliação deles, uma nuvem gigantesca de gás, com o tamanho de 5 mil sóis, foi devorada por um buraco negro supermassivo. O problema da hipótese é a de que os buracos negros do tipo normalmente ficam no centro de uma galáxia, o que não existe no caso do AT2021lwx.

“É um verdadeiro enigma”, constata Wiseman.

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