Telefonema pode ligar príncipe saudita à morte de jornalista
Suspeito de participar do assassinato ligou para um de seus superiores e pediu para “dizer ao chefe” que a missão tinha sido concluída
atualizado
Compartilhar notícia
O jornal “The New York Times” disse nesta terça-feira (13/11) que o príncipe saudita, Mohammed bin Salman, pode ter relação com o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, ocorrido dentro da embaixada saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro.
De acordo com o jornal, logo após o assassinato, um membro da equipe saudita telefonou para um de seus superiores e pediu para “dizer ao chefe” que a missão tinha sido concluída. O “NTY” cita na reportagem três pessoas como fontes que teriam tido acesso às gravações colhidas pela inteligência turca que investiga o crime. Elas acreditam que o “chefe” em questão seja o príncipe.
A Turquia compartilhou gravações de áudio do momento do assassinato com outros países, como os Estados Unidos, na tentativa de pressionar a Arábia Saudita e revelar como o crime foi cometido. A diretora da CIA, Gina Haspel, recebeu o material no mês passado.
Jamal Khashoggi era um jornalista saudita, opositor ao regime, que colaborava como colunista para o jornal americano “The Washington Post” e vivia nos EUA. Ele desapareceu no dia 2 de outubro, logo após entrar no consulado saudita em Istambul para pegar documentos para se casar.
Seus restos mortais foram encontrados no jardim da casa do cônsul-geral local. De acordo com investigações da Turquia, o jornalista, de 59 anos, teria sido assassinado e desmembrado dentro do consulado.
A Arábia Saudita, por sua vez, admite a morte de Khashoggi, mas alega que ele faleceu durante uma briga na sede diplomática.