Talibã proíbe uso de métodos contraceptivos por mulheres no Afeganistão
Representantes do regime extremista Talibã estariam ameaçando e recolhendo contraceptivos em farmácias sob alegação de manipulação ocidental
atualizado
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O regime extremista Talibã proibiu a venda de métodos contraceptivos no Afeganistão. Ao longo desta semana, representantes percorreram as ruas de Cabul, capital afegã, sob alegação de que o uso de preservativos por mulheres é uma “conspiração ocidental” para controlar a população muçulmana.
Integrantes do grupo extremista, que retomou o poder no país em agosto de 2021, têm ido de porta em porta, ameaçando parteiras e obrigando que funconários de farmácias retirem das prateleiras todos os medicamentos e dispositivos anticoncepcionais, segundo relatos ao portal britânico The Guardian.
Esta semana, o regime proibiu que o Dia dos Namorados, celebrado em muito países na última quarta-feira (14/1), fosse comemorado no território. Segundo a agência de notícias Khaama Press, membros do grupo extremista afirmaram que a data é uma cultura estrangeira. Assim, comemorá-lo não seria uma atitude compatível com os valores da cultura muçulmana.
Entenda o que é o Talibã, grupo extremista que invadiu a capital afegã
O grupo extermista é conhecido por atacar os direitos das mulheres no país. Desde que chegou ao poder em agosto de 2021, o regime acabou com o ensino para meninas, fechou universidades para elas, exigiu que deixassem empregos e impediu que saíssem de casa desacompanhadas de um parente do sexo masculino.
A proibição contraceptiva é um golpe duro em um país cujo sistema de saúde é bastante frágil. Uma em cada 14 mulheres afegãs morre de causas relacionadas à gravidez e é um dos países mais perigosos do mundo para dar à luz.