Talibã proíbe salões de beleza no Afeganistão: “Apartheid de gênero”
Talibã ordenou que estabelecimentos de beleza fechem as portas em, no máximo, um mês. ONU alerta para série de violações de gênero
atualizado
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O Talibã proibiu o funcionamento de salões de beleza no Afeganistão, e os estabelecimentos têm um mês para fechar definitivamente as portas. A medida é mais uma restrição aos espaços que podem ser ocupados por mulheres afegãs — e também inclui escolas, universidades, e locais públicos, como parques e academias.
“O prazo para o fechamento de salões de beleza para mulheres é de um mês”, disse Mohammad Sadiq Akif, porta-voz do Ministério para a Prevenção do Vício e Propagação da Virtude, nessa terça-feira (4/7), segundo informações da Reuters.
Os estabelecimentos surgiram em território afegão dias após o Talibã ser retirado do poder, no fim de 2001. Muitos permaneceram abertos após o retorno do regime, há dois anos, oferecendo locais de convivência e serviços voltados para o público feminino, bem como empregos às mulheres.
Os salões são, geralmente, femininos e têm as janelas cobertas para que as clientes não possam ser vistas de fora.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera como um “apartheid de gênero” as restrições aos direitos de mulheres e meninas no país, desde que o Talibã assumiu o poder, em 2021.
No ano passado, autoridades ligadas ao regime fecharam a maioria das escolas de ensino fundamental e médio voltadas para meninas, proibiram mulheres de frequentarem universidades e impediram a entrada delas em locais públicos, como balneários, academias e parques.
O governo, no entanto, afirma respeitar os direitos das mulheres de acordo com a interpretação da lei islâmica e os costumes afegãos.