Talibã organiza “lista da morte” com prostitutas afegãs em sites pornô
Após assumir o poder no Afeganistão e ver norte-americanos deixando o país, grupo procura mulheres que apareceram em site de pornografia
atualizado
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Mais uma faceta cruel do Talibã aparece para o mundo. Integrantes do grupo que tomou o poder no Afeganistão está procurando prostitutas que apareceram em sites de pornografia durante os 20 anos em que o país esteve sob a tutela de Estados Unidos e aliados. O objetivo é fazer uma lista para matá-las.
De acordo com o jornal The Sun, fontes de segurança apontam que vídeos com prostitutas afegãs chegaram a sites pornográficos e foram descobertos pelos radicais. Eles destacam que algumas delas faziam sexo com ocidentais, o que aumentaria a fúria do grupo.
Agora, eles estão “determinados” a “caçar” essas mulheres para executá-la publicamente ou “humilhar para seu próprio prazer”.
Entretanto, uma das fontes ouvidas pelo portal britânico diz que as ações fazem parte da “hipocrisia talibã” e desculpa para uma “caça às bruxas”.
“Eles fingem condenar a pornografia, mas estão cavando fundo nos sites adultos mais obscuros e escondidos para encontrar vídeos que mostram bordéis afegãos para que possam identificar e massacrar ou escravizar as mulheres que trabalharam neles”, diz a fonte do jornal.
O risco, segundo a reportagem, é que essas mulheres sejam encontradas, sequestradas ou assassinadas. Há muitos relatos de que isso acontecia enquanto o Talibã governou o Afeganistão nos anos 1990.
Perigo
Apesar de ser proibido no país, o trabalho sexual cresceu durante a ocupação aliada. Por isso, organizações de direitos humanos alertaram, ainda em junho, que havia o perigo para essas pessoas. Elas atuavam principalmente em Cabul, em bordéis montados dentro casas de amigos, cafés e salões de beleza.
Uma jovem de 20 anos identificada como Zainab afirmou que se prostituiu para ajudar os cinco irmãos, principalmente depois que o mais novo ficou doente. Ficava com três homens por semana e recebia 2.000 afegãos, cerca de R$ 156 de cada cliente.
“Eu tinha 13 anos quando meu pai morreu. Minha mãe estava doente há muito tempo e, como a mais velha, tive que assumir a responsabilidade por minha família. Comecei a trabalhar como empregada doméstica, mas o dinheiro nunca era suficiente”, contou Zainab, detalhando que a maioria dos clientes tem entre 25 e 30 anos e é casada.
Codiretora dos Direitos das Mulheres da Human Rights Watch, Heather Barr afirmou ao The Sun ter conhecido mulheres no Afeganistão que foram forçadas a vender o corpo como única opção de sobrevivência.
Relatos mostram que, desde que o Talibão voltou ao poder, os integrantes sequestram crianças de até 12 anos para usar como noivas infantis e escravas sexuais. Agora, querem também voltar com uma interpretação radical da lei Sharia.