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Talibã apaga imagens de mulheres em muros do Afeganistão

Grupo extremista dá primeiros sinais de que o novo regime deve afetar os direitos das mulheres, como o acesso à educação

atualizado

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Integrante do Talibã pinta por cima de imagem de mulher no Afeganistão
1 de 1 Integrante do Talibã pinta por cima de imagem de mulher no Afeganistão - Foto: Twitter/Reprodução

A angústia das mulheres afegãs começou a ser registrada após a tomada do palácio presidencial, em Cabul, pelo grupo extremista Talibã, no domingo (15/8).

Durante a tarde, Lotfullah Najafizada, chefe do serviço de notícias afegão Tolo News, publicou uma foto na qual um homem cobre de tinta imagens de mulheres pintadas em um muro da capital do Afeganistão.

Outra grande preocupação de ativistas e autoridades políticas é como ficará a situação escolar das mulheres. Na década de 1990, a maior privação do Talibã para o grupo era a educação. Muçulmanas não podiam frequentar escolas e universidades.

Ainda no domingo, a ex-embaixadora da Juventude da Organização das Nações Unidas (ONU), Aisha Khurram, informou que professores foram vistos se despedindo de suas alunas na Universidade de Cabul.

“Alguns professores se despediram de suas alunas quando todos foram evacuados da Universidade de Cabul nesta manhã… E talvez não tenhamos nossa formatura, assim como milhares de alunos em todo o país”, escreveu Khurram na rede social. Muitas mulheres fugiram da capital afegã.

De acordo com a agência de notícias AFP, algumas famílias foram forçadas a entregar meninas e mulheres solteiras para se tornarem esposas dos combatentes do grupo insurgente.

A situação pode piorar a qualquer momento. À BBC, militantes disseram que vão reimpor sua versão da lei islâmica, conhecida como sharia, que inclui o apedrejamento por adultério, a amputação de membros por roubo e a proibição de que meninas com mais de 12 anos frequentem a escola.

Talibã diz que manterá direitos

Apesar dos relatos registrados, o porta-voz do grupo extremista, Suhail Shaheen, afirmou que o Talibã pretende manter os direitos das mulheres.

Em uma entrevista à rede BBC, ele declarou que as propriedades e a vida da população estão asseguradas, principalmente no que se refere aos moradores de Cabul. A liberdade para os profissionais de mídia e diplomatas também será mantida, de acordo com o porta-voz.

O Talibã afirmou ter tomado controle do palácio presidencial em Cabul, no Afeganistão, após a fuga do presidente, Mohammad Ashraf Ghani. O anúncio foi feito horas depois de o grupo extremista cercar a capital do país, no domingo (15/8).

O grupo cercou os arredores da cidade para reivindicar a rendição pacífica do governo. A informação de que Ashraf Ghani teria deixado o país foi publicada pelo portal de notícias local ToloNews.

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