Taiwan acusa China de bloqueio aeronaval em meio à visita de Pelosi
O país informou que negocia com Japão e Filipinas rotas alternativas para que os voos não sofram interferências
atualizado
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Em meio ao conflito gerado pela visita da representante dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, o governo do país asiático afirmou, nesta quarta-feira (3/8), que a China fez um bloqueio aéreo não-oficial.
A China avisou que fará exercícios militares em seis pontos ao redor da ilha, que considera uma província rebelde. Serão simulações aeronavais com uso de tiro com munição real, obrigando grandes áreas de fechamento de espaço para evitar acidentes.
A agência de notícias de Taiwan informou que negocia com Japão e Filipinas rotas alternativas de avião, para furar o suposto bloqueio chinês.
O porta-voz do ministério da Defesa de Taiwan, major-general Sun Li-fang, disse que os exercícios “irracionais” planejados da China “ameaçam as vias navegáveis internacionais, desafiam a ordem internacional, prejudicam o status quo através do Estreito e põem em risco a segurança regional”.
“Tomaremos contramedidas contra quaisquer atos que violem nossa soberania”, disse Sun, acrescentando que os militares de Taiwan não buscam uma guerra, mas sempre estarão preparados para isso.
Pelosi encontrou-se na manhã desta quarta com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen. Essa é a primeira vez, em 25 anos, que um presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos visita a ilha.
A viagem de Pelosi causou atrito entre EUA e China. Após o anúncio da visita, Pequim considerou a iniciativa norte-americana como uma provocação e passou dias advertindo sobre possíveis reações.
A China impôs sanções a Taiwan, suspendendo importações de frutas e peixes, logo após Pelosi desembarcar em Taipei.
Entenda o conflito:
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Pelosi pousou na ilha na manhã dessa terça-feira (2/8), sob forte tensão com a China.
O atrito ocorre porque a China considera Taiwan como parte de seu território e condena qualquer contato de autoridades ou tentativas de reconhecimento da autonomia da ilha.
“Os EUA assumirão a responsabilidade e pagarão o preço por minar os interesses soberanos de segurança da China”, afirmou Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
“Viemos em paz”
Ao desembarcar em Taiwan, Pelosi afirmou que a visita não teve o intuito de gerar um conflito diplomático, mas de selar a paz.
“Viemos a Taiwan em amizade, viemos em paz para a região”, disse a representante norte-americana.