“Swing states”: quais estratégias Kamala e Trump devem ter para vencer
“Swing states”, os estados-pêndulos, podem determinar a vitória de um dos candidatos, pois flutuam a cada eleição. Entenda as estratégias
atualizado
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Os chamados “swing states”, os estados-pêndulos, são aqueles que não possuem um partido definido, ou seja, eles variam de eleição para eleição. E, por isso, são os principais alvos dos candidatos presidenciáveis nos Estados Unidos. Os especialistas em política norte-americana Emanuel Assis Aleixo de Franco e João Cândido explicam algumas das estratégias que Kamala Harris e Donald Trump podem adotar para vencer as eleições.
O doutorando em Relações Internacionais pelo Programa San Tiago Dantas e especialista em EUA Emanuel de Franco afirma que a melhor estratégia para a democrata Kamala Harris começa com a escolha do vice-presidente para concorrer na chapa com ela.
“A melhor estratégia que ela pode adotar no momento é fazer uma boa escolha de vice, pois deveria levar em consideração que esse vice, ou essa vice, precisa ser uma figura política vinda de algum desses ‘swing states’, que fosse popular nos swing states, que pudesse angariar um certo número de votos pra ela nesses locais. Principalmente nos estados onde ela está atrás na corrida, por exemplo, na Geórgia e no Arizona, onde o Trump lidera as pesquisas”, diz Emanuel.
“A escolha do vice da Kamala Harris pode ser determinante. Acho que a melhor estratégia que ela pode adotar é realmente escolher um vice que seja popular nesses swing states, de preferência nos estados em que ela está perdendo nas pesquisas”, explica o especialista.
João Cândido, especialista em relações internacionais, explica que a melhor estratégia tanto para Donald Trump quanto para Kamala Harris é “focar em questões locais que são importantes para os eleitores desses estados e adaptar suas mensagens para ressoar com os interesses e preocupações específicas desses eleitores. Isso pode incluir a criação de campanhas publicitárias direcionadas, realização de eventos presenciais e visitas frequentes para se engajar diretamente com o eleitorado local. Além disso, investir em uma forte presença de mídia social e campanhas de base pode ajudar a mobilizar eleitores indecisos”.
O doutorando em política norte-americana Emanuel Assis Aleixo de Franco analisa que a melhor estratégia eleitoral para Donald Trump é “focar em uma estratégia que eu sinto que ele já está usando e que ele vai se aprofundar nessa estratégia, que é conquistar os votos do Rust Belt, cinturão da ferrugem, que é composto por três estados, o Michigan, Wisconsin e a Pensilvânia, onde tem um número considerável de eleitores brancos, da classe média trabalhadora, e são estados onde a disputa está bem acirrada, com um empate técnico entre ele e a Harris”.
O especialista completa que “a melhor estratégia que o Trump pode adotar no momento seria de focar a disputa eleitoral nesses estados, uma vez que nos outros swing states ele lidera as pesquisas, e aumentar a sua vantagem a partir dessa estratégia, focando no eleitorado desses três estados, que estão, enfim, com uma disputa bem acirrada”.
“De qualquer maneira, são estratégias. Não dá para afirmar que vão dar certo, mas que olhando as possibilidades políticas e a disputa super acirrada e polarizada que tem se desenhado, são as alternativas mais viáveis para cada uma das campanhas conseguir o máximo possível de delegados dentro desses swing states em disputa”, conclui o especialista.