Sem a Rússia, cúpula na Suíça discute rumos da guerra na Ucrânia
Ao todo, 100 países e entidades se reúnem neste fim de semana na Suíça para discutir a guerra na Ucrânia, que já dura mais de dois anos
atualizado
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Na tentativa de encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia, que já dura mais de dois anos, a Suíça recebe a partir deste sábado (15/6) líderes e representantes de Estado que devem discutir uma solução de paz até domingo (16/6). A Rússia, apesar de parte do conflito, não foi convidada para o evento.
O país anfitrião convidou mais de 160 delegações para a cúpula. Deste número, 92 países e oito organizações confirmaram a presença.
Ao todo, 57 líderes de estado e autoridades de primeiro escalão, como ministros, vão participar da reunião. Outros 29 países decidiram enviar representantes que ocupam cargos fora das principais fileiras em seus respectivos governos.
O Brasil não enviará o primeiro escalão para o evento, no lugar, irá a embaixadora da Suíça, como observadora, dando tratamento secundário para a reunião. Indonésia, Israel, Filipinas, África do Sul e Emirados Árabes Unidos seguem esse mesmo caminho, de enviar apenas observadores.
Além disso, o chefe da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, também não participará da cúpula, com o órgão optando por também enviar um observador.
Apesar da ausência de alguns líderes globais, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu os Estados que discutirão a guerra no resort de Bürgenstock.
“Estou grato a todos os que escolheram participar e demonstrar liderança global e compromisso com a paz, o direito internacional e a Carta da ONU. Juntos, como maioria global responsável, devemos fazer todos os esforços para garantir que as guerras, as agressões e a ocupação colonial possam acabar e que nunca mais se repetirão”, disse o presidente ucraniano ao chegar ao local do evento nessa sexta-feira (14/6).
China fora
Um dos principais atores da geopolítica atual, a China decidiu não participar da reunião organizada pela Suíça, enfatizando a opinião expressa em uma declaração conjunta lançada com o Brasil no último dia 23 de maio.
Na proposta divulgada após a visita do chefe da assessoria especial do presidente da República, Celso Amorim, à China, os países defenderam, entre outras coisas, a realização de uma conferência internacional de paz que envolva os dois lados da guerra.
Desde o início do mandato, Lula tem sido um dos principais críticos da forma como algumas discussões de paz são realizadas, sem a presença da Rússia.
Uma reunião envolvendo Kiev e Moscou também foi defendida pelo primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban, que decidiu mandar o chanceler Péter Szijjártó para representar o país na cúpula.
Putin fala sobre o fim da guerra
Um dia antes da reunião, Vladimir Putin apresentou condições para o fim da guerra e afirmou ser “impossível alcançar uma solução pacífica na Ucrânia e em geral sobre a segurança europeia global sem a participação da Rússia”.
Segundo o presidente russo, uma das condições é o reconhecimento das regiões ocupadas de Luhansk, Donetsk, Zaporíjia e Kherson como parte da Rússia.
Putin ainda exigiu o fim da aproximação e intenção de aderir a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), por parte da Ucrânia, a desmilitarização do país e o fim das sanções do Ocidente contra Moscou.
“Da nossa parte, imediatamente, literalmente no mesmo minuto [que Kiev aceitar as exigências], a ordem seguirá para um cessar-fogo e iniciar as negociações”, declarou o líder russo.