Submarino desaparecido na Argentina só tem oxigênio por mais um dia
A embarcação perdeu o contato com a Marinha desde a última quarta-feira (15/11). Equipes de busca e salvamento permanecem procurando
atualizado
Compartilhar notícia
A Marinha argentina disse ontem que o oxigênio do submarino ARA San Juan deve se esgotar nesta quarta-feira (22/11) caso ela esteja mesmo há seis dias no fundo do mar. A embarcação teria capacidade de armazenar oxigênio por uma semana. Como o submarino perdeu o contato com a base na quarta-feira passada, a missão de resgate estaria vivendo um momento crítico.
Sem esconder a ansiedade pela falta de avanço nas operações de busca, o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, demonstrou pessimismo. “A questão do oxigênio nos preocupa desde o primeiro momento em que perdemos o contato com o submarino”, disse Balbi. “Estamos considerando todas as hipóteses. Obviamente, a situação mais crítica é que estamos no sexto dia de oxigênio.”
Durante a semana, especialistas da Marinha explicaram mais de uma vez que, em condições normais, o submarino poderia passar até 90 dias sem ajuda externa, em relação a combustível, água, óleo e oxigênio. Se a embarcação não utilizar o snorkel para renovar o ar, ela teria sete dias de sobrevida.Ontem, segundo o jornal argentino Clarín, um navio norueguês, o Skandi Patagonia, deixou o porto de Comodoro Rivadavia equipado com quatro submarinos autônomos não tripulados da Marinha americana que serão usados para a procura e resgate dos militares a bordo da embarcação.
O equipamento tem uma cápsula especial para ser acoplada à escotilha do San Juan. Ela é capaz de alcançar uma profundidade de até 260 metros. As operações foram favorecidas por uma melhora nas condições climáticas, que vinham dificultado os trabalhos.
A incerteza já se tornou angústia para as famílias dos 44 tripulantes do San Juan. A cerca de arame na entrada da base naval de Mar del Plata, onde a embarcação deveria ter chegado na segunda-feira, foi transformada pelos parentes da tripulação em um painel de recados aos desaparecidos.
Cerca de 100 parentes dos tripulantes ainda aguardam notícias sobre as operações de busca em Mar del Plata – cidade onde vive a maioria das famílias. “O estado de ânimo é bom. Logicamente, há gente mais otimista e gente mais pessimista. Mas, no geral, o espírito é positivo”, afirmou Jorge Villarreal, pai do tenente Vicente Villarreal, tripulante do submarino desaparecido.