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Sonda chinesa retorna à Terra com amostras do lado oculto da Lua

Feito da sonda chinesa é inédito e deve ajudar cientistas a responderem perguntas sobre a formação do satélite natural da Terra

atualizado

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CNSA/CLEP
Sonda chinesa volta à Terra com amostras do lado oculto da Lua
1 de 1 Sonda chinesa volta à Terra com amostras do lado oculto da Lua - Foto: CNSA/CLEP

A sonda lunar chinesa Chang’e-6 pousou na madrugada desta terça-feira (25/6) na região da Mongólia Interior, no norte da China, trazendo à Terra amostras do lado oculto da Lua. É a primeira vez que um país consegue coletar esse tipo de material para análise.

As amostras foram coletadas no início do mês após uma aterrissagem bem-sucedida na Bacia do Polo Sul-Aitken, uma enorme cratera localizada no lado oculto da Lua. O presidente chinês, Xi Jinping, disse que a conclusão da missão foi um “marco histórico” na busca da China para se tornar uma potência espaciale científica.

As amostras serão transportadas por via aérea para Pequim, de acordo com a TV estatal chinesa. Os cientistas esperam que o material, formado por rochas vulcânicas de 2,5 milhões de anos, traga novos detalhes sobre a formação da Terra e do sistema solar, além de identificar diferenças entre os dois lados da Lua.

A sonda chinesa anterior, por exemplo, que trouxe amostras do lado visível da Lua, levou à descoberta de novos minerais e ajudou a precisar a idade geológica do satélite. Já a formação geológica do lado oculto do satélite natural ainda não tinha sido explorada.

As missões para o lado oculto da Lua são mais difíceis porque elas não ficam de frente para a Terra, exigindo um satélite retransmissor para manter as comunicações. O terreno também é mais acidentado e montanhoso.

Sonda integra uma nova corrida espacial

A avaliação é que o sucesso da missão dá autoridade ao programa espacial chinês, que já compete de perto com o dos EUA. A coleta das amostras ocorre em meio à um novo interesse pela militarização do espaço, que tem sido cada vez mais moldado por tensões geopolíticas. Japão e Índia também avançam na exploração do espaço.

O oficial técnico da Agência Espacial Europeia (ESA), Neil Melville-Kenney, avalia que Estados Unidos e China inauguram uma nova corrida espacial e sugere que o trabalho seja feito de forma conjunta entre os países. Ele trabalha diretamente com os chineses na operação da Chang’e-6.

“Fico feliz que essa corrida [espacial] tenha reaparecido, mas é claro que eu gostaria de nos ver correndo lado a lado e juntos”, disse. “Essa relação que temos no momento [com a China] é um pequeno passo, foi iniciada há muito tempo, talvez as situações fossem um pouco diferentes naquela época. Daqui para frente, eu espero que haja mais colaboração”, acrescentou.

“Sabemos que [o lado distante da Lua] é um lugar diferente, feito de materiais diferentes do lado visível da lua, tem uma história diferente. Conseguir estas amostras é de uma importância científica fundamental”, completou Melville-Kenney.

A China ainda quer enviar uma missão tripulada à Lua até 2030 e avalia montar uma base na superfície lunar. Já os Estados Unidos também querem enviar astronautas de volta ao satélite até 2026 com a missão Artemis 3.

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