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Três óbitos ocorreram na Venezuela, outros três na ilha de Granada, por onde Beryl passou na segunda-feira (1°/7), e um no arquipélago de língua inglesa de São Vicente e Granadinas.
O furacão atingiu a categoria 4 (em uma escala até 5) e está avançando em direção à Jamaica, depois de causar uma destruição considerável no sudeste do Caribe, informou o Centro Americano de Furacões (NHC, na sigla em inglês).
“Ventos devastadores (…), aumento do mar potencialmente fatal e ondas destrutivas são esperados em áreas da Jamaica e das Ilhas Cayman na quarta-feira (3/7) durante o dia e à noite”, alerta o NHC em seu boletim divulgado na noite de terça.
“A boa notícia é que o Beryl começou a enfraquecer um pouco”, comentou o diretor do NHC, Michael Brennan, chamando o furacão de “extremamente perigoso”.
Beryl pode atingir a Jamaica na categoria 3 ou 4, o que poderia causar “danos consideráveis devido ao vento, especialmente em casas, telhados, árvores e linhas de energia”, acrescentou Brennan.
Além da Jamaica, também foram emitidos alertas de furacão nas ilhas Cayman, onde Beryl deverá passar ou sobrevoar durante a noite de quarta para quinta-feira (4/7), de acordo com o NHC. Na República Dominicana, ondas enormes atingiram a costa da capital, Santo Domingo, informaram fotógrafos da AFP.
Beryl também afetará o sul do Haiti e atingirá, de forma enfraquecida, a península de Yucatán, no México, na noite de quinta.
Crise climática
“É claro que a crise climática está levando os desastres a níveis recorde de destruição”, observou o chefe do Clima da ONU, Simon Stiell.
Uma das duas vítimas registadas em Carriacou, na ilha de Granada, onde o olho do furacão causou uma grande devastação na segunda-feira, faz parte da família de Stiell.
Em Barbados, casas e empresas foram inundadas e barcos de pesca danificados em Bridgetown. Na ilha francesa da Martinica, também houve enchentes, que deixaram cerca de 10 mil pessoas sem eletricidade, segundo o fornecedor de energia EDF.
Superaquecimento do Atlântico Norte
Beryl é o primeiro furacão da temporada no oceano Atlântico. Um fenômeno climático desta escala é extremamente raro no começo do período, que se estende do início de junho ao final de novembro nos Estados Unidos.
O Observatório Meteorológico Americano (NOAA, na sigla em inglês) previu uma temporada anormal no final de maio, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou superior.
Estas previsões estão ligadas ao desenvolvimento esperado do fenômeno meteorológico La Niña, bem como às temperaturas muito elevadas do oceano Atlântico, segundo a NOAA.
As temperaturas no Atlântico Norte têm evoluído continuamente há mais de um ano, com níveis de calor recorde, bem acima dos recordes históricos.
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