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Sob risco de invasão, Ucrânia pede mais armas aos países do Ocidente

Ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, defendeu o pedido e alegou que essa seria uma forma de resistir contra a Rússia

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Soldado ucraniano participa de treinamento militar de civis. Ele usa uniforme militar, o chão está coberto de neve e o soldado se agaixa em muro de metal com armas AK-47 escoradas - Metrópoles
1 de 1 Soldado ucraniano participa de treinamento militar de civis. Ele usa uniforme militar, o chão está coberto de neve e o soldado se agaixa em muro de metal com armas AK-47 escoradas - Metrópoles - Foto: Celestino Arce/NurPhoto/ Getty Images

Após a Rússia anunciar o envio de tanques e soldados para regiões separatistas, o governo ucraniano admitiu que pediu mais armas aos países ocidentais aliados.

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, nesta terça-feira (22/2), defendeu o pedido e alegou que essa seria uma forma de resistir contra a Rússia.

“Nesta manhã, enviei uma carta ao secretário britânico das Relações Exteriores pedindo armas defensivas adicionais para a Ucrânia. Com a mesma pergunta, vou me dirigir aos meus interlocutores nos Estados Unidos”, afirmou.

Kuleba falou em “diplomacia”, mas não descartou um conflito armado. “Nossas melhores garantias serão nossa diplomacia e armas. Vamos mobilizar o mundo inteiro para termos tudo de que precisamos para fortalecer nossas defesas”, frisou.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, fez um alerta sobre a possibilidade iminente de um ataque russo à Ucrânia.

Em entrevista nesta terça-feira, Stoltenberg afirmou que mais soldados foram enviados a Donbass, região das áreas separatistas da Ucrânia. “Há possibilidade de ataque russo a qualquer momento”, frisou Otan.

Stoltenberg pediu calma e defendeu uma solução diplomática. “Nunca é tarde para não atacar. Pedimos à Rússia que recue, desescale militares e se esforce diplomaticamente”, salientou.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

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Batalhão Azov prepara seu equipamento antes de ensinar aos voluntários das Brigadas de Defesa Territorial de Kiev durante um exercício militar

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Batalhão Azov prepara seu equipamento antes de ensinar aos voluntários das Brigadas de Defesa Territorial de Kiev durante um exercício militar

Celestino Arce/NurPhoto/ Getty Images

O presidente da Rússia, Vladmir Putin, voltou a defender separatistas ucranianos e prometeu ajuda militar para Donetsk e Luhansk, territórios que foram reconhecidos pelo governo russo como repúblicas independentes.

“A Ucrânia, desde a época soviética, possui grande força nuclear, como usinas. O que falta para eles é somente um sistema de enriquecimento de urânio. Para a Ucrânia, isso é um problema simples. Para nós, é uma ameaça estratégica”, frisou Putin.

Segundo o presidente russo, o que o país está fazendo é uma defesa da paz para evitar riscos que, de acordo com ele, a Ucrânia oferece à região do Leste Europeu.

Entenda a crise

Rússia e Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam a Rússia de querer incitar a violência nesses territórios controlados por separatistas pró-Rússia para encontrar uma razão para invadir a Ucrânia. O governo de Putin enviou cerca de 150 mil soldados às fronteiras.

Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

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