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Síria: oposição apresenta roteiro para criação de estado democrático

A guerra no país já custou a vida de cerca de 400 mil sírios e forçou outros de 11 milhões a fugir de suas casas

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1 de 1 Damasco-S–ria-800×577 - Foto: IStock

A principal oposição ao governo da Síria apresentou um roteiro nesta quarta-feira (7/9) para uma transição para um estado democrático sem o presidente Bashar al-Assad, enquanto autoridades dos EUA, União Europeia e os poderes regionais se preparam para conversações em Londres sobre as possíveis saídas para o conflito.

A proposta do Comitê de Altas Negociações, de oposição, ocorre em meio a vacilantes esforços feitos por EUA e Rússia sobre um acordo para parar os combates na Síria, agora em seu sexto ano. O conflito já custou a vida de cerca de 400 mil sírios e forçou outros de 11 milhões a fugir de suas casas.

O presidente dos EUA, Barack Obama, e o líder russo, Vladimir Putin, falharam durante as conversações da última segunda-feira, na China, na tentativa de chegar a um acordo de cessar-fogo para a entrega de ajuda humanitária. Obama disse depois a repórteres que Moscou e Washington “ainda não fecharam as lacunas de uma forma realmente funcionaria.” Um funcionário da Casa Branca descreveu as diferenças finais entre EUA e Rússia para um acordo sobre a Síria como “técnica” e relacionada com a execução do acordo proposto.

Rússia
O secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, culpou nesta quarta-feira Moscou pelo atraso na obtenção de um acordo. A Rússia não será representada na reunião dos chamados Amigos da Síria na capital britânica. Carter disse a estudantes da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que os diplomatas dos EUA estavam testando se a Rússia iria provar estar disposta e ser capaz de influenciar o governo sírio em direção a uma transição política para acabar com a guerra civil do país. “A notícia de hoje da Síria não é encorajadora”, disse Carter. “A escolha é da Rússia, e as consequências serão de sua responsabilidade.”

A proposta revelada pela oposição síria nesta quarta-feira defende uma negociação de seis meses entre a oposição e o governo, seguida por um período de 18 meses para a criação de um governo de transição com plenos poderes executivos para escrever uma nova constituição e a saída de Assad. A terceira e última etapa envolve a implementação da constituição com eleições locais, legislativas e presidenciais.

“Esta é uma visão para todos os sírios e para a Síria”, disse o coordenador do comitê e ex-primeiro-ministro da Síria, Riyad Hijab. “Queremos nos livrar do extremismo e do terrorismo. Queremos sair do estado de ditadura, corrupção e um estado de controle que destruiu o país e causou uma série de problemas para a região e ameaça a segurança do mundo,”, afirmou.

Em Damasco, não houve resposta imediata ao plano por parte do governo sírio.

O plano da oposição, que ecoa, em grande medida, um plano de paz das Nações Unidas centrado nas negociações em Genebra, foi apresentado antes de uma reunião de chanceleres e autoridades dos Amigos da Síria, grupo que tem pressionado sem sucesso pelo fim da violência e pela renúncia de Assad.

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