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Síria acusa EUA de roubar petróleo do país e pede retirada de tropas

Segundo o governo da Síria, as atuais perdas no setor petrolífero causadas pelos EUA giram em torno de 27,5 bilhões de dólares

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Foto colorida de um sírio chorando próximo a um campo de petróleo na Síria - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de um sírio chorando próximo a um campo de petróleo na Síria - Metrópoles - Foto: John Moore/Getty Images

O governo da Síria acusou os Estados Unidos de “saquear a riqueza e os recursos estratégicos” sírios e pediu que autoridades americanas sejam responsabilizadas. A denúncia surgiu em uma carta enviada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e dos Expatriados ao secretário-geral das Nações Unidas e ao presidente do conselho de Segurança da ONU, onde também foi pedido a retirada de tropas estadunidenses da região.

A informação foi divulgada pela mídia estatal do país, no último domingo (10/9).

Segundo Damasco, as atuais perdas no setor petrolífero do país giram em torno de 27,5 bilhões de dólares. A pasta ainda informou que os furtos chegaram a 150 mil barris por dia, além de quase 60 milhões de metros cúbicos de gás natural e 413 toneladas de gás doméstico.

Ao todo, o governo sírio diz que os danos entre 2011 e 2023 ultrapassam os 115 bilhões de dólares.

“O Ministério destacou que os Estados Unidos da América e os seus instrumentos de organizações terroristas e milícias continuam a violar a soberania e a saquear a riqueza e os recursos estratégicos do país, com o objetivo de exacerbar os efeitos de medidas coercivas unilaterais ilegais e privar os sírios das capacidades de sua pátria aumentando o seu sofrimento”, disse um comunicado divulgado pela agência estatal Sana.

A acusação acontece cerca de um mês depois de o governo de Bashar al-Assad afirmar que os EUA patrocinam ações de membros remanescentes do Estado Islâmico em território sírio, com o objetivo de “implementar seus planos para a Síria e região”.

Interesse dos EUA na Síria

Apesar de a Síria não apresentar provar concretas de um possível roubo de recursos minerais do país, a política externa dos EUA para a região e recentes declarações de autoridades estadunidenses dão forças as acusações.

Em uma recente entrevista à TV Al-Mamlaka, da Jordânia, o general Mark Milley afirmou que as tropas militares dos EUA não vão se afastar do Oriente Médio pois o governo considera a região “muito importante e muito significativa” por uma série de razões.

Segundo especialistas ouvidos pelo Metrópoles, a fala do alto militar traduz os interesses por trás da atuação dos EUA na Síria. Mesmo após a derrota do Estado Islâmico em 2019, o governo estadunidense decidiu manter bases militares no país para evitar um possível retorno do grupo jihadista, além de continuar cooperando com milícias curdas que atuam contra o governo sírio.

“Ainda assim é preciso lembrar que em 2019, Donald Trump assumiu que gostaria de retirar as tropas da Síria mas a questão do petróleo fez com que o contingente militar fosse mantido naquela região”, afirma Paulo Cesar Rebello de Oliveira, analista político e doutorando em Ciência Política pela Universidade de Salamanca.

Contudo, Rebello enfatiza a importância de entender que esse comportamento não é exclusivo de governos republicanos. “O próprio Joe Biden admitiu que a presença de forças americanas na Síria ocorre em áreas estratégias para o país”, lembra.

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