Em meio aos ataque à Ucrânia, a Equinor, com sede na Noruega, declarou nesta segunda-feira (28/2) que vai suspender novos investimentos na Rússia e dar início ao processo de retirada das joint-ventures que mantém com companhias de energia russas.
O presidente-executivo do Conselho de Administração da Equinor, Anders Opedal, disse que “na atual situação, vemos nossa posição como insustentável”.
Ainda nesta segunda, a anglo-holandesa Shell também manifestou seu rompimento com estatais russas e a saída de negócios que têm no país. Reino Unido e Noruega fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos.
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Otan é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949, após o final da Segunda Guerra Mundial
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Os países signatários do tratado, na época, eram a Bélgica, França, Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino Unido
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Quando criada, reunia países ocidentais e capitalistas, liderados no contexto da bipolaridade formada entre os Estados Unidos (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no período da Guerra Fria
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A Otan tinha por objetivos impedir o avanço do bloco socialista no continente europeu, fazendo frente à URSS e a seus aliados da Europa Oriental, além de fornecer ajuda mútua a todos os países membros
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A aliança era baseada em três pilares: a defesa coletiva dos Estados membros, impedir o revigoramento do militarismo nacionalista na Europa, e encorajar a integração política europeia
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O período de bipolaridade entre EUA e URSS dividiu o mundo. Os dois países e seus respectivos aliados mantinham-se em alerta para eventuais ataques bélicos
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A Otan investiu em tecnologia de defesa, na produção de armas estratégicas e também espalhou pelas fronteiras soviéticas sistemas de defesa antimísseis
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Na fase final da Guerra Fria, a organização passou a assumir novos papéis. Em 1990, sob ordem do Conselho de Segurança da ONU, a Otan interveio no conflito da ex-Iugoslávia. Foi a primeira vez que agiu em território de um Estado não membro
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Em 2001, a Otan anunciou a aplicação do princípio da segurança coletiva: um ataque feito a um país membro seria um ataque contra todos os demais
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Como os ataques terroristas ocorridos em setembro de 2001 foram considerados atos de guerra pelo governo norte-americano, a cláusula foi acionada. Por esse motivo, a organização participou da invasão ao Afeganistão
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Além de ver o terrorismo como nova ameaça, a Otan colaborou com operações de paz e realizou ajuda humanitária, como aos sobreviventes do furacão Katrina, em 2005
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Soldados da Otan também realizaram operações militares em zonas conflituosas do mundo, como o Bálcãs, o Oriente Médio e o norte da África
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Atualmente, a aliança é composta por 32 países, localizados principalmente na Europa
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Bósnia e Herzegovina, Geórgia e Ucrânia são os três países classificados como “membros aspirantes” à organização. Porém, para a Rússia, a perspectiva da antiga república soviética Ucrânia se juntar à Otan é impensável
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A atitude das petrolíferas mostra que o cerco das potências ocidentais frente a Moscou está se intensificando e vai além das sanções financeiras.
Empresas que deixaram a Rússia
Atuando na Rússia há mais de 30 anos, a Equinor possui aproximadamente 70 funcionários na Rússia e produz cerca de 25 mil barris de óleo por dia.
No final de 2021, o capital da empresa norueguesa era avaliado em US$ 1,2 bilhão. A Noruega investe recursos públicos em diversas empresas de países por meio de seu fundo soberano, um dos maiores do planeta.
A Shell, por sua vez, possui uma participação de 50% na Salym Petroleum Development, que faz desenvolvimento de campos na Sibéria Ocidental, 50% na Gydan, que explora e desenvolve blocos na península de Gydan e 27,5% na fábrica de gás natural liquefeito Sakhalin-II.
Além deixar essas empresas, a Shell anunciou que vai encerrar seu envolvimento no gasoduto Nord Stream 2, que levaria gás natural da Rússia para a Alemanha.
Em nota, o presidente-executivo da empresa, Ben van Beurden, disse: “Estamos chocados com os acontecimentos na Ucrânia, resultado de um ato de agressão militar sem sentido que ameaça a segurança da Europa”.